O avançar da idade costuma arrefecer os ânimos, tornar as pessoas mais resignadas e propensas a aceita seu entorno. Não é o caso de Nenung. Às vésperas de completar 50 anos, o músico lança um dos discos mais radicais e diretos de sua carreira. A começar pelo nome: Vampirocracia.
O EP, que será lançado nesta quarta no Ocidente (João Telles esquina com Osvaldo Aranha), não faz prisioneiros. Em suas seis faixas, gravadas ao vivo com o Projeto Dragão, Nenung abre mão de sua característica sutileza para disparar direto e reto contra intolerância, mau caratismo da mídia, manipulação política, capitalismo e exclusão social.
– Já tinha escrito a respeito destes temas em outros trabalhos do Projeto Dragão, mas nunca com essa necessidade, com essa urgência – explica Nenung. – Acabou sendo um reflexo desse conforto e indignação que não são exclusivos do Brasil, é do mundo inteiro.
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Sucessor do excelente Serenoato (2014), Vampirocracia foi escrito em diferentes circunstâncias. Novos fascistas, por exemplo, acabou composta logo após a posse do atual presidente do Brasil, Michel Temer. Sua letra não deixa espaço para dúvidas: "Os novos fascistas têm velhas amantes e uma figurante para ser do lar / Temer a tudo é sua regra e morrem de inveja ao ver pessoas que são livres para dançar".
Música
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Gustavo Brigatti
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