O sucesso de seu mais recente álbum e a presença do guitarrista brasileiro Kiko Loureiro no palco tornam especial a passagem do Megadeth pelo país. Pilar histórico do thrash metal, a banda de Dave Mustaine despejará peso e velocidade em show nesta terça, no Pepsi On Stage.
Lançado mundialmente em janeiro, Dystopia fez o Megadeth recuperar os bons momentos. O disco, que ficou entre os mais vendidos no ranking da Billboard, se firmou como um dos melhores da banda (junto a United abominations), desde o fim dos anos 1990, a era de ouro do Megadeth. Kiko Loureiro (do Angra) assumiu a guitarra e trouxe contribuições que mereceram elogios, inclusive de Mustaine, que disse não se sentir intimidado pela técnica de outro guitarrista desde os tempos de Marty Friedman.
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Os temas apresentados nas músicas não fogem das caraterísticas do Megadeth e de Mustaine, compositor que explora com habilidade as guerras, a geopolítica, as opressões e as conspirações.
– Não sabemos para onde o mundo está indo. Todo dia há um assassinato, um padre na França, uma bomba, alguém esfaqueando alguém na Alemanha. As coisas têm acontecido na Europa, também, não apenas nos EUA. Na América do Sul, espero que aconteça menos. É como se a vida estivesse saindo do controle – afirma Mustaine em entrevista a ZH, discorrendo sobre The threat is real e a faixa-título Dystopia, destaques do álbum junto a Fatal illusion, que traz um solo de baixo de David Ellefson.
Além dessa trinca de músicas, a cadenciada Poisonous shadows e Post american world também estão sendo executadas com frequência nos shows, entremeadas pelos clássicos que o Megadeth não pode deixar de tocar, como Trust, Hangar 18, Holy wars, Simphony of destruction e Peace sells. Embora a banda norte-americana tenha mantido um padrão nos set lists apresentados nos EUA e na Europa, Mustaine não descarta a possibilidade de surpreender no Brasil.
– Nunca se sabe. Acho que poderia ter algo especial para o público daí devido à presença do Kiko. Acho que os brasileiros merecem isso, sim – afirma o líder, vocalista e guitarrista do Megadeth.
A turnê latino-americana, com seis shows no Brasil e apresentações na Argentina, no México, no Paraguai e em El Salvador, terá a presença de Dirk Verbeuren (Soilwork), baterista recentemente efetivado no Megadeth. Ele ingressou na vaga deixada por Chris Adler, que gravou Dystopia e excursionou pelo mundo até meados deste ano, mas precisou deixar a parceria com a trupe de Mustaine por conta de compromissos com o Lamb of God, sua banda original.
Pai do thrash metal para muitos, o polêmico Dave Mustaine é uma atração extra. Em 2010, também no Pepsi On Stage, em Porto Alegre, ele liderou uma apresentação épica na turnê mundial de comemoração dos 20 anos do lançamento do álbum Rust in peace, executado na íntegra naquela ocasião.
Depois de recuperar o alto nível com Dystopia (Super collider, o disco anterior, ficara abaixo da média), Mustaine já planeja o retorno ao estúdio.
– Gosto de fazer música, gosto de tocar em estúdio, gosto de tocar ao vivo. Acho que a presença do Kiko na banda representa um grande estímulo para o nosso futuro, assim como o Dirk como novo baterista... É tão empolgante. Ainda temos muitas viagens pela frente, mas, em algum momento, voltaremos para o estúdio para produzir o próximo disco do Megadeth – promete.
Ligado nas possibilidades digitais, ele adotou o hábito de interagir com fãs, respondendo a perguntas que são deixadas em sua conta no Twitter. Entre uma e outra amenidade, não perde a oportunidade de alfinetar. Recentemente, lhe perguntaram qual era a sua música favorita do Metallica. The mechanix, devolveu Mustaine, citando música que ele compôs antes de ser expulso da megabanda pelo eterno rival, o baterista Lars Ulrich.