Até há pouco tempo praticamente restrito à produção alternativa, o filme de gênero brasileiro está chegando também ao circuito mais comercial – ainda que de maneira incipiente e com resultados irregulares. Se os recentes Isolados (2014), estrelado por Bruno Gagliasso e Regiane Alves, e O amuleto (2015), dirigido por Jeferson De, representaram experiências malogradas de incursão no terror e no thriller, O caseiro (2016) é mais bem sucedido nesse desafio. Segundo longa do diretor, roteirista e montador Julio Santi – realizador de O circo da noite (2013) –, o filme estrelado e produzido pelo ator Bruno Garcia entra em cartaz nesta quinta em Porto Alegre, mostrando uma família aparentemente assombrada pelo fantasma de um homem que se enforcou em seu sítio 40 anos antes.
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Em O caseiro, Garcia interpreta Davi, professor universitário especializado em "psicologia do sobrenatural" procurado pela aluna Renata (Malu Rodrigues) para solucionar um mistério: sua irmã mais nova tem aparecido com hematomas inexplicáveis. O pai (Leopoldo Pacheco) acredita que o culpado é o espírito do caseiro que se suicidou na propriedade. Davi aceita então ir ao interior para passar alguns dias com a família, descobrindo que tanto o patriarca quanto a tia (Denise Weinberg) das meninas escondem segredos, ao mesmo tempo em que busca pistas dentro da antiga morada do caseiro, agora fechada e transformada em depósito.
O roteiro de O caseiro estende excessivamente a expectativa pelos acontecimentos, tornando o filme arrastado. Se Leopoldo Pacheco e Denise Weinberg estão convincentes, falta a Malu Rodrigues e, principalmente, ao protagonista Bruno Garcia expressividade para que seus personagens ganhem a simpatia do espectador. Apesar de algumas incongruências na trama, O caseiro surpreende com uma virada inesperada da história no final e merece crédito pela tentativa consistente de criar um suspense com sotaque brasileiro.
O CASEIRO
Julio Santi
Suspense, Brasil, 2016, 88min, 12 anos.
Estreia quinta-feira no circuito.
Cotação: 3 de 5