Muito se fala sobre Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, o mártir da Inconfidência Mineira. Pouco se sabe de sua filha, Joaquina, e o que teria acontecido com ela após a morte do pai. Essa será a trama de Liberdade, Liberdade, novela das 23h que estreia na segunda-feira, na RBS TV. Caberá a Andreia Horta o papel de apresentar a história fictícia dessa mulher que poucos brasileiros conhecem.
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Aos 32 anos, a atriz encara sua primeira protagonista na Globo, oito anos depois de estrelar Alice, série da HBO que a projetou no país. E 2016 será um ano intenso para Andreia – em maio, estreia o longa Elis, no qual interpreta a "Pimentinha" Elis Regina. Mineira de Juiz de Fora, a atriz precisou fazer aulas de tiro e esgrima para viver Joaquina. Embora a trama seja histórica, o papel não será biográfico.
– Pouco se sabe da verdadeira história de Joaquina. Se derem um Google no nome dela, vão parar no seu registro de nascimento. Para compor, fui buscar o que as mulheres daquela época pensavam. Por ter sido há 200 anos, esse papel me leva a descontaminar o sentido das palavras justiça e liberdade. Joaquina é uma pós-feminista, que defende a justiça sem levantar bandeiras – contou Andreia na apresentação da novela à imprensa, no Rio de Janeiro.
Joaquina (quando criança é vivida por Mel Maia) é filha de Tiradentes (interpretado por Thiago Lacerda) e Antônia (Leticia Sabatella). Ela vê o pai ser enforcado e morto e, logo em seguida, perde a mãe, que é assassinada por Rubião (Mateus Solano), ex-amigo que entregou Tiradentes à coroa portuguesa. Orfã, a menina é resgatada por Raposo (Dalton Vigh), que a leva para Portugal. Lá, ela passa a ser chamada de Rosa, para não sofrer represálias por ser filha do líder dos inconfidentes. Criada como filha por Raposo, ao lado dos irmãos Bertoleza (Sheron Menezzes) e André (Caio Blat), ela cresce e torna-se uma destemida, letrada e impetuosa mulher, que luta esgrima e sabe atirar.
Anos depois, Joaquina resolve voltar ao Brasil quando Raposo é convocado pela Coroa Portuguesa, em 1808. Em Minas Gerais, ela reencontra velhos conhecidos e começa a descobrir mais sobre o passado do pai biológico e o sangue revolucionário que corre em suas veias. Ao deparar com as mazelas sofridas pelos compatriotas, não pensará duas vezes para sair em luta por independência.
– Ela clama por coisas que já deveriam estar estabelecidas no coração de quem governa. Tem um discurso que ainda precisa ser ouvido com muita atenção – afirma Andreia.
Assinado por Mario Teixeira e dirigido por Vinicius Coimbra, o folhetim vai trazer à tela da TV o Brasil do século 19. A cidade cenográfica montada no Projac, no Rio, recriou Vila Rica nos mínimos detalhes. A ideia do diretor é mostrar com realismo como viviam os brasileiros à época – do esgoto que corria a céu aberto até o hábito de comer com as mãos.
* A jornalista viajou a convite da TV Globo