O jornal Folha de S. Paulo publicou nesta terça-feira um artigo de Wagner Moura no qual o ator critica o pedido de impeachment em trâmite no Congresso Nacional. No texto, Moura diferencia asatuações de um "legalista" (que se posiciona contra o impeachment da presidente Dilma Roussef) e a de um "governista" (que, conforme suas palavras, defende o governo).
"É intelectualmente desonesto dizer que os governistas ou os simplesmente contrários ao impeachment são a favor da corrupção", escreve o ator.
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Moura se diz "espantado" com o "ódio cego a um governo que tirou milhões de brasileiros da miséria".
"O Brasil vive uma recessão que ameaça todas as conquistas recentes. A economia parou e não há mais dinheiro para bancar, entre outras coisas, as políticas sociais que mudaram a cara do país",argumenta o ator, que vê como resultado disso o enfraquecimento das lutas progressistas e o crescimento da popularidade de "fascistas como Jair Bolsonaro".
Moura compara a tentativa de impeachment ao golpe militar de 1964 e ressalta que o nome de Dilma não consta na chamada "lista da Odebrecht". Diz ainda que o juiz Sérgio Moro "age como um promotor". E questiona a proximidade do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes com os senadores José Serra e Aécio Neves, além de ver como "inapropriada" uma foto de Moro com João Doria, do PSDB.
"Se você também achar que há algo de tendencioso no reino das investigações, não significa que você necessariamente seja governista, muito menos apoiador de corruptos", conclui o ator, afirmando que a "TV não mostra" as pessoas que vêm questionando a tentativa de impeachment.