A São Clemente reproduziu os protestos contra a presidente Dilma Rousseff na Sapucaí nesta segunda-feira. A última ala da escola da zona sul do Rio, que apresenta o enredo Mais de Mil Palhaços no Salão, teve palhaços batendo tampas de panela e chefs de cozinha com frigideira e colher de pau na mão.
– Não é um protesto contra a Dilma, nada disso. A São Clemente é uma escola irreverente, e o enredo pedia. Espero que o público veja de modo positivo e entenda a brincadeira – afirmou o diretor de ala, Kleyton Macedo, antes do desfile.
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Nem todos os integrantes da ala bateram panela contra a Dilma.
– Não participei dos protestos. Acho que a nossa atitude vale mais. O nosso voto, fiscalizar o comportamento do candidato que você elegeu – afirmou a analista de marketing Carla Correia, de 44 anos.
Já o casal Gabriela e Gabriel Teixeira, de 36 e 33 anos, respectivamente, votou em Aécio Neves e participou dos protestos em Copacabana.
– Batemos panela quando Dilma apareceu na televisão e nas manifestações. Queremos mudança na política do nosso país – disse Gabriela.
Eles foram convidados a participar da ala já sabendo que seria um protesto. São integrantes da bateria do bloco Spanta Neném. Os batedores de panela vão sincronizar com a bateria no fim do desfile, depois do segundo recuo.
O militar Carlos Alexandre Santos, de 47 anos, que desfila na escola, criticou a reprodução do protesto na avenida.
– Quem bate panela não é quem faz a comida. Espero que a carnavalesca tenha incluído esse panelaço para dizer que isso é uma palhaçada. Curiosamente, eles estão à direita – afirmou ele, que considera o panelaço manifestação da elite, indicando onde a ala estava se arrumando.
Depois da São Clemente, três escolas de samba completam nesta segunda os desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Elas vão disputar os pontos dos nove quesitos que terão as notas conhecidas na quarta, durante a apuração na Praça da Apoteose.
Já na madrugada de terça-feira, a Portela será a quarta escola na Marquês de Sapucaí. O enredo No voo da Águia, uma viagem sem fim mostrará a viagem do símbolo da azul e branco, a águia, em uma grande viagem pela história da humanidade e pela imaginação dos viajantes no deserto, em florestas sombrias e geleiras, além da procura por mundos perdidos e a busca por tesouros. As duas últimas a desfilar na Sapucaí devem empolgar com enredos que trarão astros da música brasileira para a avenida. Na Imperatriz, a homenagem à dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano no enredo É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim... – Do sonho de um caipira nascem os Filhos do Brasil destacará diversos aspectos da história dos músicos e vai misturar samba com sertanejo. A outra escola é a Mangueira. Com o enredo Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá, a escola homenageará a cantora, que completou 50 anos de carreira.
*Agência Estado