Na última quinta-feira, ZH esteve no Rio de Janeiro para conhecer a casa que abrigará os participantes do Big Brother Brasil neste ano. Pedro Bial e o diretor-geral do programa, Rodrigo Dourado, receberam um grupo de jornalistas para um bate-papo sobre a nova edição do reality.
Em termos gerais, as regras do jogo mudam?
Dourado: A regra básica do jogo se mantém: prova do líder, prova do anjo, prova da comida, votação no domingo, eliminação na terça. Isso a gente procura sempre manter.
Vocês buscaram um elenco variado, com histórias de vida impactantes e experiências para trocar. A grande aposta é na diversidade?
Bial: Você pode ter um elenco feito de ótimos indivíduos e a química não acontecer. O que duvido nesse caso porque acho que a química vai rolar. Mas é imprevisível como o grupo vai se comportar. Isso já aconteceu várias vezes: um que a gente achava que ia explodir, se retrai; outro que parecia tímido, cresce. A gente só sabe mesmo no desenrolar do jogo.
Dourado: E os protagonistas conduzem o tom da casa. Aquele que se sobressair, que conseguir influenciar, ser uma espécie de satélite para as outras pessoas, acaba mudando a história. Essas pessoas guiam o jogo.
Bial: E é assim a vida da gente, né? Na vida "real", a gente é feito dos encontros que a gente tem, com quem a gente se relacionou, cada pessoa, cada contato que a gente tem, nos muda, nos transforma. É assim para todo mundo.
Mas a escolha do elenco é grande parte de uma história que vocês pretendem contar...
Bial: Primeiro, tem todas as idades, tem gente de 64, 53, duas meninas de 19... Eu acho divertido acompanhar o BBB desde o início porque existiram mudanças nesses últimos anos que estão ficando cada vez mais visíveis na moral, no comportamento, no espírito do tempo moral, que muda mesmo. Então, essa coisa da idade é relativa também. Se você falasse numa pessoa de 60 anos no BBB há 10 anos, seria a vovozinha, o vovô. As pessoas que estão aí, hoje com 60 anos, 50 e poucos, não têm nada de vovozinha ou vovozinho. Aliás, como são as mulheres e homens hoje em dia. Mulheres de 60 anos estão aí, bombando, gatonas. Então, acho que a gente vai refletindo essas transformações morais da sociedade. Além disso, vários assuntos que eram tabus passaram à normalidade. Acompanhamos as mudanças e o elenco também.
Dourado: E é impossível tentar imaginar ou prever uma história. O BBB é uma dramaturgia às avessas. Você tem indivíduos e, de acordo com a química que vai acontecer ali dentro, eles vão desenhar essa história e a gente vai contar para vocês. A gente corre atrás do script.
Como vocês definem os critérios de seleção?
Dourado: Esse ano a novidade na seleção foi a banca virtual. A gente tem as inscrições no site e, além das seletivas, que são as 11 capitais que a gente viajou na nossa caravana BBB, a banca virtual trouxe a possibilidade de ampliar a seleção com conversas por Skype e FaceTime com pessoas do Brasil inteiro, democratizando um pouco mais esse processo. O Renan, por exemplo, veio pela banca virtual.
Vocês estão no programa desde a primeira edição. Dourado trabalhou em várias áreas até chegar à direção-geral no ano passado e Bial, sempre na apresentação. Como vocês mergulham na atração?
Bial: Eu tenho que mergulhar, a única fórmula é imersão total. Eu só faço isso durante 3 meses. É difícil, para mim, ler, engatar num livro. A minha literatura vira o BBB. Me envolvo até a raiz dos cabelos. E é muito estimulante intelectualmente, fico com a cabeça ágil, desperta um monte de ideias, de lembranças, mexe com memórias, é um caldeirão pop. E o pop tem essa característica de aproximar, linguagens diferentes vão colidindo e criando novas ideias.
Dourado: É muito humano, são pessoas, é muito visceral você ver a evolução dessas pessoas, a involução dessas pessoas, o que acontece, como elas se transformam aqui dentro. É muito rico.
Bial, em que momento o programa entra na sua vida?
Bial: Esse ano, tive essa primeira experiência em uma banca de seleção, na chamada 'cadeira elétrica'. Enquanto a equipe fazia a entrevista num salão do hotel, eu estava num quarto ao lado assistindo no monitor, ouvindo tudo e falando com o Dourado pelo ponto, fazendo perguntas. Então participei mais ativamente da última peneira. E eu adorei, achei muito legal. Eles não sabiam.
Mas também acho bom chegar meio no susto, imediatamente antes de começar, para ter um frescor de espectador, conhecendo, se surpreendendo. Não quero conhecer muito, não é bom para o meu trabalho conhecer muito quem eles são lá fora, mas sim o que eles vão ser aqui dentro, que ficção deles mesmo eles vão produzir para a gente assistir.