Rey (Daisy Ridley) é uma catadora de sucata do deserto. Ela tira seu sustento dos destroços de antes poderosos cruzadores imperiais e mora na carcaça de um antigo AT-AT. Rey é a protagonista de Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força, filme que retoma a saga iniciada por George Lucas há quase 40 anos com exatamente esse propósito: ligar o passado com o presente apontando para o futuro.
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Essa trama vai sendo tecida aos poucos pelo diretor J. J. Abrams. Primeiro, ele apresenta os novos rostos, já conhecidos de fotos de divulgação e pôsteres: os mocinhos Rey e Finn (o excelente John Boyega) e o vilão Kylo Ren (Adam Driver). Da mesma forma que a criançada de hoje (ou seja, o público alvo do filme), o trio parece conhecer muito pouco das antigas guerras nas estrelas, embora a memorabilia daquela época não lhes seja totalmente estranha.
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Kylo Ren, por exemplo, é um discípulo fervoroso de Darth Vader e guarda consigo a máscara destruída do Lorde Sith – embora pouco tenha ouvido falar do antigo déspota. Nas mesma situação estão Rey e Finn, que protagonizam cenas emocionantes (e muitas vezes hilárias) ao interagir com alguns ícones da saga, como as naves Tie Fighter e Millennium Falcon e os sabres de luz – cujas disputas são menos acrobáticas, puxando para o ritmo da trilogia clássica.
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A ligação com os filmes antigos é reforçada ainda pela participação de personagens dos três primeiros filmes, os protagonistas Han Solo (Harrison Ford), a ex-princesa e agora General Leia (Carrie Fisher) e Luke Skywalker (Mark Hamill). Também entram no pacote de nostalgia de Abrams os robôs R2-D2 e C-3PO e o wookie Chewbacca. Todos com atuações mais ou menos importantes, mas colocados ali justamente para dar esse ar de passagem de bastão – uma passagem que a Disney, dona da franquia desde 2012, quer fazer com segurança.
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Daí não apenas a presença de figuras conhecidas, mas de uma estrutura de filme bem parecida com o original. Novamente temos uma força militarista comandada por uma figura sombria, que construiu uma arma de destruição em massa e precisa ser detida por um grupo de abnegados. Numa subtrama paralela, alguém é tentado para um dos lados da Força enquanto outro está em busca de respostas.
Dá para chamar o roteiro de preguiçoso ou de cauteloso, dependendo do seu humor. Em ambos os casos, O Despertar da Força é feito sob medida para agradar os antigos fãs e começar a conquistar novos adeptos – missão que, como a gente sabe, não é apenas do cinema, mas de uma bem azeitada máquina de merchandising. Não dá para esperar mais do que isso de Star Wars.
Cinema
Um "Star Wars" para unir gerações
"O Despertar da Força" apela para o passado para agradar aos fãs mais antigos, mas reserva espaço de sobra para quem está chegando agora
Gustavo Brigatti
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