Principal contista do Estado e um dos grandes escritores brasileiros em qualquer gênero, Sergio Faraco estará na Feira do Livro na tarde desta quarta-feira, às 18h, para autografar dois livros que estão ganhando reedição pela editora L&PM. Faraco vai autografar a coletânea de crônicas Viva o Alegrete!, originalmente publicada em 2001, e o volume de contos Dançar Tango em Porto Alegre, de 1999, penúltima coletânea de histórias curtas inéditas lançada pelo autor antes de anunciar que havia abandonado a literatura de ficção - decisão da qual, para lamento dos seus leitores, não voltou atrás. Faraco respondeu a três perguntas por e-mail.
O senhor está relançando Viva o Alegrete! com alguns dos textos substituídos por novos. Qual o objetivo dessa mudança? Foi para deixar o conjunto de algum modo mais orgânico?
Não, eu substituí aquelas peças que julgava menos importantes ou mais fracas por outras que considerei mais importantes e menos fracas. É um livro de crônicas de diversa extração e ao organizá-lo não me passou pela cabeça que tinha de ser um conjunto harmônico. O que está ali é o meu modo de escrever, meu estilo, minhas soluções, e esta é a possível harmonia.
Dançar Tango em Porto Alegre é um de seus títulos mais aclamados desde o lançamento e já teve contínuas reedições. O que o senhor pensa do livro ao olhá-lo quase duas décadas depois?
Ele é uma síntese dos sessenta e tantos contos que escrevi. Se alguém quiser saber o que produzi ao longo da minha vida, ali está o crisol com todas as minhas químicas representadas. É o que fiz de melhor na ficção, ainda que esse meu melhor possa não corresponder ao que se exige de uma superior literatura.
Uma sessão de autógrafos na Feira, para o senhor, é uma oportunidade de reencontro com amigos autores?
Pode ser também, mas é principalmente um encontro com os leitores. Os amigos autores eu posso ver a qualquer hora, os leitores não, inclusive porque a maioria eu não conheço pessoalmente.