Zumbis perderam quase tudo o que fazia deles seres humanos razoáveis - tipo recitar Fernando Pessoa, usar talheres de peixe e debater a respeito da cor de um vestido na internet. Mas, desde a estreia do seriado The Walking Dead na TV, os monstrengos recuperaram uma capacidade inerente à raça humana: a de produzir números, o que deverá continuar com a estreia da sexta temporada neste domingo, às 23h, na Fox.
Criada em 2003 pelo escritor Robert Kirkman e pelo desenhista Tony Moore, a HQ The Walking Dead surgiu aproveitando a nova alvorada dos zumbis na cultura pop - impulsionada muito pelo sucesso do filme Extermínio (2002), de Danny Boyle. Apesar de bem cotada entre os aficionados por gibis, passava batida do grande público - restrição que durou até 31 de outubro de 2010.
Naquela noite, mais de 5 milhões de pessoas interromperam seu Halloween nos EUA para assistir ao ator Andrew Lincoln levantar de seu leito no hospital na pele do xerife Rick Grimes. Àquela altura, no universo de The Walking Dead, a epidemia zumbi já havia se alastrado. Do outro lado da tela, porém, ela estava só começando - não apenas no formato de outras produções audiovisuais, livros e games, mas para a própria TWD, que chega agora ao seu sexto ano como uma das séries mais vencedoras de todos os tempos (veja abaixo).
A expectativa, portanto, é grande para o retorno neste domingo, não apenas para ver se mais algum recorde da audiência será quebrado, mas também conferir os desdobramentos do tenso último capítulo do quinto ano, que mostrou um Rick às raias da loucura determinado a tomar o controle de Alexandria. O problema é que nem todo mundo (ou ninguém, se consideramos o trailer de apresentação da nova temporada) gostou da versão Darth Vader do xerife.
Integrantes do grupo original de sobreviventes, moradores do povoado e o antigo aliado de Rick, o redivivo Morgan (Lennie James), parecem dispostos a resistir à tentativa de golpe do novo valentão do pedaço. Até mesmo os zumbis estão mais obstinados e devem aparecer em maior quantidade (aumento da verba para figurantes? Quem sabe!). Sem falar no grupo de adversários conhecido como Lobos: quer dizer, problema é o que não deverá faltar daqui para frente no seriado.
O retorno da série coloca os fãs em pé de igualdade: o Brasil assistirá à transmissão simultaneamente aos EUA. Para manter os espectadores grudados na TV, a promessa é de que não haverá intervalos comerciais. A conferir.
The Walking Dead
Sexta temporada estreia domingo, às 23h, na Fox. Os próximos dois episódios, em 18 e 25 de outubro, irão ao ar às 23h30min, e os demais, a partir da 0h20min - sempre aos domingos. Todas as segundas, às 22h30min, a emissora exibirá a série dublada.
O fenômeno
- Em 2013, The Walking Dead virou a série dona de um dos intervalos comerciais mais caros da televisão americana. Hoje, só perde para a série Empire e para a rodada de domingo do futebol americano.
- A fome pelos mortos-vivos de TWD é tamanha que foi preciso criar uma série derivada. Fear the Walking Dead conta o início da contaminação zumbi e chegou impondo respeito: sua estreia, em agosto, foi vista por 10 milhões de pessoas, considerada a maior estreia de programa na TV fechada nos EUA.
Saiba como foi a estreia de "Fear the Walking Dead"
Marcelo Carneiro da Cunha: "Fear the Walking Dead" e o mundo pré-zumbi
- O recorde de episódio mais assistido da TV fechada nos EUA é do primeiro capítulo da quinta temporada de The Walking Dead: 17,3 milhões de pessoas.
- TWD é também sucesso nas rede sociais: a série tem mais de 32 milhões de fãs no Facebook e quase 4 milhões de seguidores no Twitter.
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