A cena inicial é para fazer feliz quem ama Berlim, caso deste colunista e de tantos outros apaixonados pela cidade mais bacana da Europa. Um trem S-Bahn, aqueles amarelinhos e vermelhos, chega à Hauptbahnhof (que, em alemão, quer dizer "estação ferroviária central"). Cena com a linda Hauptbahnhof, toda em vidro, quer dizer filme de espionagem, desde aqueles com o Jason Bourne. E não é que estamos mesmo em um deles? Ou ao menos em uma série de espionagem, no caso, Homeland, que inicia a sua quinta temporada na ensolarada capital alemã, com a loira Carrie agora curtindo a vida de mãe de uma linda ruivinha, filha dela com o nosso estimado triplo-traidor Brody.
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Carrie era a pessoa menos qualificada para a maternidade que o mundo já viu, e, portanto, entre a quarta e a quinta temporadas algum milagre aconteceu. Saul voltou ao seu emprego original, mas está de mal com Carrie, assim como quase todo mundo. Ser mãe, e boazinha, é padecer no paraíso berlinense, pelo que se percebe.
Berlim é uma cidade de amplos espaços, amplos prédios de deliciosos apartamentos do século 19, e Carrie agora vive em um deles, na vida mais comportada que alguém já viveu. Claro que isso não vai durar nada, e já percebemos que a coisa vai pegar fogo quando vemos Quinn, ele mesmo, nosso herói-vilão Número Uno, dizendo aos políticos americanos o que fazer com o tal exército decapitador de inocentes, o Isis.
Temos hackers, jihadistas, mães, bebês, agentes secretos da CIA, agentes nada secretos alemães. Se facilitar, teremos norte-coreanos, russos, búlgaros com guarda-chuvas venenosos, e todo o alfarrábio da espionagem internacional.
Homeland busca a sua continuidade no mundo pós-Brody. Uma série definida por um personagem poderoso agora precisa se encontrar sem ele. A temporada começa sem dizer para onde vai, além de Beirute, Líbano, receita de complicação certa. A gente vai e vê, o resto é com eles.