Uma noite divertida e nostálgica para celebrar um dos principais nomes da música gaúcha. Foi assim a noite desta sexta-feira no Centro Histórico-Cultural Santa Casa, com Kleiton & Kledir que tocaram seus principais sucessos e falaram sobre sua trajetória artística na segunda edição do Ao Pé da Letra, bate-papo musical que comemora os 50 anos do 2º Caderno.
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Com todos os lugares lotados e com a colunista Claudia Laitano como interlocutora, os irmãos de Pelotas começaram relembrando o início da carreira, quando dupla começou a desbravar o Brasil integrando Os Almôndegas, em 1975.
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- Estamos comemorando 40 anos de estrada e é muito bacana estar nessa comemoraçao do 2º Caderno, porque são duas longas carreiras - conta Kledir.
Antes de abrira noite com Vento Negro, os irmãos contaram que quando a banda foi contratada para a primeira apresentação, não existiam equipamentos de show em Porto Alegre. Acabaram alugando equipamentos de uma igreja.
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Os artistas contaram que em 1977, os cinco integrantes da banda foram morar no Rio de Janeiro e mostraram ao Brasil que gaúcho também sabe fazer música.
- A banda fez sucesso mas acabou porque não era o momento certo. Naquele tempo, a indústria estava investindo em mulheres com voz grave. Ouvíamos sempre que estávamos adiantado no tempo. Logo depois, os anos 80 foi a época das bandas - explica Kleiton.
Kledir, que faz a primeira voz, contou como surgiu o nome da dupla nos anos que se seguiram.
- Quando éramos crianças, na hora de ir pra mesa a mãe sempre gritava: " Kleiton e Kledir vem pra mesa". Isso soava mais natural pra gente por isso deixamos nessa ordem.
Após tocarem Maria Fumaça e Vira Virou, os dois contaram que receberam muitos convites para se tornar uma dupla sertaneja, mas se mantiveram firmes em seu estilo musical.
- Uma vez o Chitãozinho nos confessou que fomos muito importantes para a carreira dele e do Xororó, porque eles sempre iam nos nossos shows e adoravam ver dois irmãos tocando em grandes palcos do Brasil - conta Kledir.
A audiência foi ao delírio com Deu Pra Ti, um dos hinos de Porto Alegre. Segundo os cantores, a música é uma canção de exílio porque a dupla morava no Rio e sentia muita saudade de Porto Alegre.
- O mais legal é que Kleiton e Kledir representam Porto Alegre e o RS. Ficamos orgulhosos com essa identificação. Até hoje muita gente não sabe que moramos no Rio. E até lá no RJ, muitos amigos nossos perguntam: "e Porto Alegre como anda?" - se diverte ao contar Kleiton.
Na parte final do evento, os irmãos executaram Tô que tô, Mamma Mia, Paixão e Pingos no Is. Ao fim, contaram sobre o novo projeto Com Todas as Letras, albúm com músicas feitas em parcerias com escritores gaúchos.
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