Depois de enfrentar um ano de retração econômica, os discursos da abertura da 61ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, nesta sexta-feira, na Praça da Alfândega, reforçaram a necessidade do trabalho em equipe para superar as dificuldades. E apontaram uma saída para a crise: a geração de novos leitores.
- Esta edição da Feira tem como ideia inspiradora o tema "livros ajudam a pensar". Diante da crise da nação brasileira, econômica, social, política, moral, este é um tema oportuno e necessário. Precisamos recolocar o nosso país no contexto de uma civilização das ideias e da imaginação. Nunca, como agora, precisamos tanto da lucidez e da ética do pensamento. Quero criar amplas bases de "leitorado" - disse o poeta Dilan Camargo, patrono deste ano.
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O presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Marco Cena Lopes, fez questão de levar toda sua equipe para o palco.
- A gente está acostumado a fazer tudo isso debaixo de mau tempo, e continuaremos fazendo, pois acreditamos que os livros são ferramentas essenciais para geração de cidadania e pensamento crítico - disse Cena.
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Ao fazer o último discurso como patrono, pouco antes de passar o posto para Camargo, Airton Ortiz surpreendeu o público ao apresentar um novo símbolo do poder dos patronos. Ele relembrou a sua fala do ano anterior, quando disse ter encontrado uma vez um astronauta que havia lhe contado como se davam as viagens do futuro.
Os viajantes passariam caminhando de uma dimensão para outra, a partir de um portal que se abre toda última sexta-feira de outubro na Praça da Alfândega. No entanto, Ortiz acrescentou um novo elemento à história: segundo ele, o portal só pode ser aberto pelo patrono, com uma chave especial. Além disso, uma expressão secreta deve ser pronunciada mentalmente.
- Tu serás o guardião da chave dourada e terás a incumbência de transferi-la, assim como da expressão secreta, que recebi de monges tibetanos - disse Ortiz, ao entregar o objeto brilhante ao novo patrono.
- Quem violar esse segredo, provocará a ira dos deuses - afirmou Camargo.
A tradição de começar o evento com o toque de um sino, como fazia José Júlio La Porta, o Xerife, também foi honrada, mas a partir de um áudio pré-gravado.