No dia 15 de junho de 1979, a capa do então ZH Variedades apresentou um caxiense de 20 anos que estrearia naquela noite um show no Clube de Cultura com outro novato, Gélson Oliveira. O cabeludo olhando de lado na foto no alto da página era Nei Lisboa, que estampava a primeira de dezenas de capas do suplemento, que passou a se chamar 2º Caderno em 1980.
Desde aquela primeira reportagem, o caderno cultural de ZH vem narrando a trajetória do músico, capítulo a capítulo. Não por acaso, Nei é o convidado para abrir a temporada de eventos em comemoração aos 50 anos do 2º Caderno, a serem completados no dia 1º de novembro: ele será a atração de um bate-papo entremeado de canções, neste sábado, às 19h, no Centro Histórico-Cultural Santa Casa. O projeto intitulado Ao Pé da Letra ZH nasceu como uma série multimídia em 2013, em que artistas contavam a história por trás de um sucesso (Nei participou com Verão em Calcutá), e agora ganha a forma de evento: o músico irá cantar e comentar algumas de suas grandes canções, como Verdes Anos, Telhados de Paris e Pra te Lembrar. Tudo ao vivo, com mediação do colunista Roger Lerina e entrada franca (confira abaixo como participar).
Assista a mais vídeos da seção "Ao Pé da Letra"
"Amigo Punk", da Graforreia Xilarmônica
"Camila, Camila', do Nenhum de Nós
"Infinita Highway", dos Engenheiros do Hawaii
- Vou traçar uma linha do tempo como deve ser: partindo do início para o futuro, desde o Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina (1983) até o Telas, Tramas & Trapaças do Novo Mundo, que vem por aí (lançamento em outubro). E vou puxar da memória algum fato interessante e responder à curiosidade dos outros - adianta Nei.
Das tantas capas sobre o músico (as que ilustram esta página são só uma parte), aquela primeira marcou.
- Fui premiado de saída com uma capa. E, em seguida, com outra grande matéria sobre o show Deu pra ti Anos 70. Até com demasiada sorte, digo sem pudor, do parentesco e da amizade com jornalistas. Naquele tempo, o jornalismo cultural não se pautava de forma tão profissional e mercadológica como hoje - avalia Nei. - Minha relação com o caderno sempre foi intensa, já que minha música circula de forma prioritariamente regional, tal como o jornal, por mais que se estenda a outras órbitas. Ao longo desse tempo, houve espaço para tudo: por vezes, estivemos mais apartados filosoficamente, digamos, e noutras épocas cheguei a colaborar como cronista (em 2004 e 2005).
Kledir Ramil indica composições exemplares da música brasileira
Na longa sequência de reportagens sobre Nei, viriam a estreia individual em teatro, shows, parcerias e discos. Uma capa de 1993 o apresentava como "o compositor mais conhecido do Estado"; outra, de 2000, celebrava o fim do jejum de sete anos sem disco de inéditas com Cena Beatnik: "Tava na hora, hein, Nei Lisboa?". E mais uma se anuncia no lançamento do novo álbum, com patrocínio do edital Natura Musical RS.
- O resultado do disco realçou minha alegria de gravar ao vivo, uniu grandes músicos e uma excelência técnica em um momento mágico, onde as ideias e imagens que o repertório evoca fizeram todo o sentido. Já ganhei meu presente de Natal e espero que seja também assim como um presente para todo o público - diz Nei.
Neste sábado, Nei será o primeiro presente de aniversário do 2º Caderno - para você, leitor. Assim como o próximo evento para celebrar nossos 50 anos, o Clube de leitura ZH (leia mais abaixo) e muitas outras surpresas que estão por vir. Assunto para outras tantas capas.
Saiba como participar
Ao Pé da Letra ZH com Nei Lisboa, promoção do 2º Caderno com apoio do Clube do Assinante, será neste sábado, às 19h, no Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Avenida Independência, 75), em Porto Alegre.
- A entrada é franca, mediante inscrição. Basta acessar o link zhora.co/aopedaletrazh e preencher o cadastro.
- Os primeiros 25 sócios do Clube do Assinante inscritos terão a vantagem de levar um acompanhante e assistir a tudo da primeira fila.
Vem mais por aí
O próximo evento em comemoração aos 50 anos do 2º Caderno será o Clube de Leitura ZH, no dia 28, às 19h30min, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country. O livro escolhido foi A Morte do Pai, primeiro volume da série autobiográfica do norueguês Karl Ove Knausgaard, um dos escritores mais celebrados da literatura contemporânea.
O bate-papo terá a participação do professor e escritor Diego Grando e de um trio de ZH: a editora e colunista Cláudia Laitano, o repórter de literatura Alexandre Lucchese e o editor Carlos André Moreira, autor do blog Mundo Livro. As inscrições começam na próxima terça-feira.