Como ideia, Perdido em Marte, o romance de Andy Weir lançado em 2011, pode provocar desconfiança por seu caráter derivativo. Afinal, a história do astronauta Mark Watney, deixado para trás para sobreviver no improviso no ambiente hostil marciano, faz o cruzamento de dois tropos ancestrais já muito usados: o náufrago (que, como lembra Ian Watt em seu estudo A Ascensão do Romance, é uma das figuras que fundaram o gênero, com Robinson Crusoe) e explorações marcianas (recorrentes na ficção científica, resgatadas agora com a curiosidade despertada pelo planeta nos últimos anos com sondagens e planos de missões tripuladas).
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