Joaquim da Fonseca já traçou Porto Alegre, Paris, Nova York e o Japão. Nos últimos anos, tem se dedicado a pintar o interior gaúcho, em aquarelas representativas das mais diversas estâncias do Pampa. Com 80 anos (completados em fevereiro), um dos mestres das artes gráficas do Rio Grande do Sul apresenta esses trabalhos a partir desta segunda na exposição Estâncias e Colônias, na galeria Paulo Capelari, na Capital.
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Vivendo em Brasília desde 2009, longe das velhas rotinas, o artista diz que tem mais tempo para se dedicar a esse tipo de trabalho.
- Também tenho viajado muito: Brasília é mais perto de Minas Gerais e do Nordeste, lugares que também têm me inspirado a pintar - diz, no seu antigo apartamento do centro de Porto Alegre, onde recebe ZH e, gentilmente, se põe a produzir uma nova aquarela.
- A técnica da aquarela é simples e rápida. A tinta é transparente - demonstra, misturando-a à água. - Diferentemente do que acontece com as tintas opacas (óleo e acrílica), você pinta a partir dos pontos claros, usando as áreas de luz, e não preenchendo-as integralmente.
Fonseca foi editor da Revista do Globo e diretor de arte na agência MPM - duas das grandes marcas da comunicação de Porto Alegre no século 20. Deu aulas na UFRGS, na UniRitter e na Faccat, editou livros sobre design gráfico, tipografia e caricatura, além da popular série Traçando, produzida com o escritor Luis Fernando Verissimo e publicada pela Artes & Ofícios. Nos últimos anos, deixou tudo um tantinho de lado e escolheu a aquarela como atividade prioritária - embora atue em outras áreas e com outras técnicas das artes visuais, a exemplo da pintura com extrato de nogueira.
- Achei muito interessante a tonalidade marrom desse tipo de tinta - explica, apresentando um álbum com retratos de jazzistas que ele produziu recentemente.
Estâncias e Colônias é composta de cerca de 40 aquarelas, que fazem referência a paisagens escondidas de municípios como Candelária, Itaqui e Uruguaiana e a locais amplamente conhecidos como o Castelo de Pedras Altas e as Ruínas de São Miguel das Missões. Pela ligação afetiva que mantém com os cenários retratados (além das imagens "de cartão-postal", há casas de campo de amigos), pode-se dizer que se trata de um reencontro com sua terra - Alegrete, onde Joaquim da Fonseca nasceu, também está representada na exposição:
- Não é coincidência que pintei tudo isso em Brasília.
Longe de casa, o mestre de várias gerações de artistas gaúchos está saudoso.
ESTÂNCIAS E COLÔNIAS
Galeria Paulo Capelari (Rua Coronel Bordini, 665), Auxiliadora, em Porto Alegre, fone (51) 3061-6768.
Abertura nesta segunda, às 19h.
Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábado, das 10h às 13h. Até 25 de julho. Entrada franca.
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Daniel Feix
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