A poucos dias de completar 83 anos, a atriz e cantora Magali Noël morreu nesta terça-feira em Châteauneuf-Grasse, na Riviera francesa. Sex symbol do cinema e da chanson entre as décadas de 1950 e 70, ela passou os últimos anos de vida em uma casa de repouso para idosos.
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Intérprete da inesquecível Gradisca do clássico Amarcord (1973), um dos mais pessoais e delirantes filmes de Federico Fellini, Magali Noël chamou a atenção do mundo em 1956, ao gravar a canção Fais-Moi Mal, Johnny, um dos primeiros rocks compostos em francês, por Boris Vian. A letra ousada, com referências a sadomasoquismo, chegou a ser censurada e, de alguma forma, antecipou as características de vamp fatal com as quais ela ficaria conhecida no cinema.
Uma das musas de Fellini, com quem fez ainda A Doce Vida (1960) e Satyricon (1969), Magali Noël nasceu na Turquia, filha de franceses. Viveu na França desde os sete anos, atuando naquele país também como dançarina e atriz de teatro. Além do cineasta italiano, trabalhou com grandes nomes do cinema francês, como René Clair, Jean Renoir e Jules Dassin - apontado como o realizador que a revelou, no longa Rififi (1955), no qual interpretava uma sensual cantora de cabaré.
Apenas como cantora ela pôde ser vista em diversos outros longas daquela época, como As Grandes Manobras (1955), de René Clair, e Assassins et Voleurs (1957), de Sacha Guitry. Chantal Akerman e Costa-Gavras também a dirigiram. Em 1982, fez par com Charles Aznavour - os dois interpretaram os pais do personagem citado no título de Qu'est-ce qui Fait Courir David?, de Élie Chouraki.
Seu último filme foi Rien que Du Bonheur (2003), de Denis Parent. Um ano antes, fez uma ponta em O Segredo de Charlie (2002), do diretor Jonathan Demme. Magali Noël deixa seis filhos, um do casamento com o ator Jean-Pierre Bernard e outros cinco (três biológicos e dois adotados) da relação com o empresário suíço Jean-Claude Vital.