Teve samba e pagode para todos os gostos neste fim de semana, no estacionamento da Arena do Grêmio, em Porto Alegre. De acordo com a produção do Samba Brasil, cerca de 15 mil pessoas compareceram ao evento, que contou com ícones consagrados do estilo, e também jovens revelações que já tocam nas rádios de todo o país.
Na multidão, era possível encontrar pessoas de todas as idades e estilos. Desde aqueles que queriam curtir um samba tradicional, como o apresentado por Arlindo Cruz, até quem foi lembrar os velhos tempos e xavecar ao som do pagode romântico do Raça Negra ou dançar no estilo "ousadia e alegria" de Thiaguinho.
O que não faltou foi animação. A chuva, que permaneceu fina todo o tempo, parece não ter incomodado a maior parte dos fãs, que seguiu firme cantando com os ídolos. O público estava divido em quatro setores: samba ticket (pista), samba vip (pista lateral), samba premium (pista premium) e samba gold (área vip).
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A primeira a subir ao palco foi Hellen Caroline, por volta das 15h30min. Ela cantou algumas de suas músicas mais conhecidas, como De Repente Amor e Príncipe Encantado, além de sucessos de outros artistas. Em seguida, Lucas Morato, o filho do Péricles, transformou o estacionamento da Arena do Grêmio em um trio elétrico de Carnaval e agitou o público que já se fazia presente.
Depois deles, foi a vez do experiente Belo. O ex-integrante do Grupo Soweto mostrou por que já vendeu mais de 7 milhões de cópias com um repertório bastante variado, tocando desde suas músicas mais antigas até as atuais.
Pouco antes das 19h, Arlindo Cruz fez bonito e encantou ao público. Desde 1980 na estrada, o cantor e compositor apresentou músicas próprias, como Meu Lugar e Meu Nome é Favela, assim como sambas conhecidos de outros artistas. Ainda acompanharam o músico na apresentação seu filho Arlindo Neto e componentes da escola de samba Império Serrano, do Rio de Janeiro.
- Toda vez que venho aqui (Rio Grande do Sul) é muito legal. Tem boas escolas de samba. E a galera canta tudo. Acho que o pessoal se identifica comigo também por causa do Esquenta - disse.
Mais perto das 20h, foi a vez do pagode romântico na voz marcante de Luiz Carlos, do Raça Negra. A nostalgia tomou conta do público, que cantava sucessos da década de 1990 como se fossem atuais. Depois do show, o vocalista da banda comentou como é possível manter o sucesso por mais de 30 anos:
- O samba é uma música exclusivamente nossa. Então a gente não muda o nosso jeito, mas vai tentando se modernizar. Ninguém aqui descobriu os sete mares, só Tim Maia. O que a gente faz é trocar um instrumento para ficar mais atual.
Em seguida, o show de Péricles foi uma imersão aos velhos tempos de Exaltasamba, misturado com as novidades da carreira solo. Ovacionado pelos fãs, o músico cantou junto com o filho Lucas Morato, que voltou ao palco, e falou como é ver o garoto crescer dentro do samba.
- Como pai, fico feliz em ver ele feliz. E, se o caminho do samba é o que deixa ele feliz, melhor ainda. Manter essa brasilidade é muito importante.
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Depois dele, veio seu ex-companheiro de Exalta: Thiaguinho. O artista mais esperado da noite começou sua apresentação por volta das 22h30min e, literalmente, fez chover. Com músicas novas, já da carreira solo, e também com sucessos mais antigos, dos tempos de Exaltasamba, levou o público ao delírio. Fez questão de ressaltar sua adoração pelo Rio Grande do Sul e chegou a se enrolar em uma bandeira do Estado para cantar Querência Amada, de Teixeirinha.
- Fui criado no Mato Grosso do Sul, mas cresci dentro de CTG. Dia de Gre-Nal lá tinha foguete, rojão, de tudo. Me sinto em casa aqui, até tomo um chimarrão. Musicalmente, respeito muito também. No próprio SuperStar, temos o Zueira esse ano e, no ano passado, o Grupo do Bola mostrou que o pagode gaúcho é forte. Espero e torço muito para que essas bandas daqui apareçam nacionalmente - afirmou Thiaguinho após o show.
<BLOCKQUOTE cite=/diariogaucho/videos/937483672939827/> Posted by Diário Gaúcho on Sábado, 16 de maio de 2015
Show do Thiaguinho no Samba Brasil - Porto Alegre e o #DiarioGaucho mostrando um pouquinho do espetáculo pra vocês.
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Após o show, algumas pessoas começarem a deixar a Arena, mas muitos fãs de pagode permaneceram por lá. Até porque, ainda tinha muita coisa pela frente. A rapaziada do Imaginasamba e o garoto Ferrugem, revelação do gênero, se apresentaram. O encerramento ficou por conta do Pixote, que, como de costume, abusou do instrumental e do vasto repertório conhecido do grupo, que tem mais de 20 anos.