Liguei algumas vezes para Antônio Abujamra. Ante seu silêncio inicial, instado a confirmar se era ele quem atendia, soltava um invariável "É o que resta dele" como resposta. Às vésperas de estrear peça nova, meio alucinado, tenho vontade de responder assim a quem me telefona.
Ri e aprendi muito com o Abu. Uma vez, fomos, eu e Linneu Dias, ver um espetáculo no qual ele dirigia Denise Stoklos. Empatia imediata. Inesquecível para mim, recém-chegado ao universo teatral brasileiro, presenciar o encontro daqueles dois grandes atores. Veteranos talentosos. Crianças endiabradas. O teatro era o brinquedo preferido dos dois moleques.
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