O que faz um escritor ter tanta versatilidade para direcionar seus textos tanto para crianças, quanto para adolescentes e adultos, e conseguir fisgá-los e conquistá-los? Para Fabrício Carpinejar, o segredo é se colocar no tempo do outro.
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E, talvez, seja esse o motivo de, hoje, o cronista ter três de seus livros infanto-juvenis indicados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) - e concorrendo ao prêmio FNLIJ 2015; além de manter colunas em jornais como Zero Hora e O Globo, e lançar, todo ano, pelo menos dois livros de crônicas direcionados ao público adulto. Ufa!
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- O poeta é aquele que não se cristaliza em uma época. Você precisa ser curioso, e, sendo curioso, você atravessa todas as faixas etárias. Eu tento ver e entender a perspectiva do outro, tanto da criança, do adolescente, quanto do mais maduro. Não só me coloco no lugar do outro, mas também no seu tempo - explica Carpinejar.
O escritor, poeta, apresentador, pai e professor estará no palco do Livro Livre, nesta quinta-feira, na Praça Saldanha Marinho. No bate-papo, que começa às 20h, ele vai falar sobre o seu mais recente livro, Me Ajude a Chorar, lançado ano passado.
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- Esse é o meu "livro de milongas". São crônicas trabalhadas ao longo de uma década, que têm esse mote familiar, e abordam como reagimos a tragédias ou à perda de amizade. Os textos têm uma melancolia alegre, como uma tristeza alegre da milonga - reflete.
Ainda neste mês, o escritor vai lançar seu próximo livro. Pra Onde Vai o Amor? é um compilado de 60 crônicas, algumas publicadas em jornais e outras inéditas, que, segundo o escritor, discutem o terreno misterioso do fim de um casamento.
- Será que você deixa de amar a pessoa, ou esconde esse amor em algum lugar? É realmente possível desamar? Para onde vão todos aqueles gestos, as lembranças, a memória... Como alguém que é tão íntimo, a ponto de você contar toda a vida, torna-se automaticamente um estranho? - questiona o escritor.
O bate-papo de hoje ainda promete um leque muito maior de temas com os quais o escritor se familiariza:
- Eu tenho uma empatia muito forte com Santa Maria. Acredito que não vou fugir das histórias de vida, das metáforas, de discutir a fidelidade, a lealdade, e o quanto a gente tem dificuldade em comunicar aquilo que a gente deseja para o outro.
Depois da conversa, Carpinejar receberá os leitores para uma sessão de autógrafos na praça.