Parece haver um conceito que permeia todas as alternativas encontradas por artistas para financiar de maneira diferente sua arte: maior contato com o público. E tudo de maneira direta, orgânica, natural.
Apanhador Só planeja turnê nacional com shows em salas de estar
Amanda Palmer fala sobre a "linha difusa" entre fazer arte e marketing
Tidal revela estratégia de estrelas da música no comércio digital
Da Apanhador Só a Amanda Palmer, músicos parecem ter chegado à conclusão de que não precisam de tanta gente entre eles e seus fãs. Conheça outras iniciativas ao redor do mundo que tentam mudar a maneira como vemos a indústria cultural.
Amanda Palmer, a guru
A vocalista e pianista do Dresden Dolls é uma das pioneiras e maiores incentivadoras do finaciamento coletivo. Por meio de contato direto com os fãs, ela conseguiu arrecadar quase US$ 1,2 milhão para seu último projeto (quase 12 vezes mais do que pedia originalmente). É difícil explicar os motivos do sucesso de Amanda, mas em entrevista a ZH, a artista diz que "as plataformas mudam, mas o ponto fundamental é o mesmo: faço arte para estar com as pessoas. Não vejo grande separação entre ser artista e fazer o marketing". Alexandre Kumpinski, vocalista da Apanhador Só, citou Amanda como o primeiro exemplo que a banda segue para pensar suas iniciativas.
Modlife, a invenção do ídolo punk que quer mudar o mundo da música
Criado por Tom DeLonge, membro do Blink 182, o Modlife é uma plataforma que - lá vamos nós de novo - elimina obstáculos entre artistas e fãs. Mas a startup criada por DeLonge mira na venda de produtos exclusivos. A ideia é unificar em uma só plataforma a venda de tudo que pode ser comercializado por um artista: discos, camisetas, ingressos VIP e passaporte para assistir a ensaios da sua banda preferida. "Nós estamos dando todas as ferramentas para monetizar os diferentes elementos do negócio das bandas", diz o músico em entrevista à Fast Company. E tudo de maneira customizável para bandas e fãs.
Tidal, a resposta dos artistas aos programas de streaming
Revoltados com o pouco retorno financeiro que tinham dos serviços de streaming - na semana passada, Geoff Barrow, do Portishead, revelou que os 34 milhões de plays que a banda recebeu nas plataformas da Apple, no YouTube e no Spotify renderam cerca de 1,7 mil libras, ou seja, quase nada - diversos artistas resolveram se juntar para criar sua própria plataforma. Saiu daí o Tidal, programa que promete mais qualidade de som e mais justiça na divisão de grana que sai do bolso do consumidor. Para isso, cobra mensalidades que chegam a US$ 19,99, preço meio salgado em relação a outros produtos semelhantes.