A semana é de francofilia na Capital: depois de assistirem à tradição da chanson no espetáculo Piaf! O Show, é a vez de os porto-alegrenses conferirem a renovação do gênero nesta quinta-feira com a cantora Zaz, que se apresenta pela primeira vez na cidade.
O público que lotou o Teatro do Bourbon Country na terça relembrou o repertório de Édith Piaf (1915 - 1963) na voz poderosa de Anne Carrere; já quem for ao show da noite de quinta no Auditório Araújo Vianna escutará a mistura de jazz, canção francesa, soul e pop de uma jovem intérprete de timbre rouco e envolvente. Os shows de abertura ficarão a cargo de dois cantores e compositores: o gaúcho Antonio Villeroy e o suíço Bastian Baker.
Zaz - nome artístico de Isabelle Geffroy - estourou em 2010 com seu disco de estreia e emplacou a música Coeur Volant no filme A Invenção de Hugo Cabret (2011), de Martin Scorsese. Je Veux, canção de seu primeiro álbum com levada de jazz manouche (cigano), foi sucesso no mundo todo com versos solares como "Eu quero o amor, a alegria, o bom humor" e integrou a trilha sonora da novela O Rebu (2014).
No ano passado, Zaz lançou Paris, em que celebrou a Cidade Luz gravando clássicos como Champs Elysées, J'Ai Deux Amours, La Parisienne, Paris Sera Toujours Paris, J'Aime Paris au Mois de Mai e Sous le Ciel de Paris. O CD conta com as participações especialíssimas de músicos veteranos: o célebre cantor Charles Aznavour, o maestro Quincy Jones - que produziu três temas - e o baixista John Clayton (ex-integrante da orquestra de Count Basie).
- Eles ficaram superentusiasmados por tocar com a gente. São como crianças: gostam de brincar, de fazer piada. Foi fascinante - relembrou Zaz em entrevista a Zero Hora, falando por telefone desde Paris.
Em seu terceiro trabalho, a cantora acrescentou ao seu estilo leve e ágil o acompanhamento de arranjos orquestrais e jazzísticos em boa parte das 13 faixas. O repertório de Paris é um patrimônio da cultura francesa, composto quase todo durante a ocupação nazista da cidade na II Guerra e que remete inevitavelmente à diva Piaf.
- Todo mundo na França já cantou alguma vez Piaf. Ela é incrível, uma referência inescapável. Também gosto muito de Barbara, Claude Nougaro, Serge Gainsbourg, Véronique Sanson... É muita gente! - explica Zaz.
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As influências musicais da artista de 34 anos ecoam em ziguezague como seu apelido:
- Além da chanson à texte (gênero de canção popular em que se destaca o caráter literário das letras), gosto da música de lugares diferentes, a latina, a brasileira, o jazz, a eletrônica. Sou louca por música étnica. Já cantei Corcovado e Samba em Prelúdio e acho incrível a Elis Regina cantando Águas de Março.
Serviço
Nesta quinta-feira, às 21h. Classificação: 14 anos. Duração: 90 min
Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685).
Ingressos a R$ 80 (plateia alta lateral), R$ 130 (plateia alta central), R$ 140 (plateia baixa central e lateral) e R$ 160 (plateia gold). Desconto de 10% para sócios do Clube do Assinante. Pontos de venda: bilheteria do Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80) a partir das 14h; e site www.ingressorapido.com.br (há cobrança de taxas).