Não conseguiu acompanhar o segundo dia de desfiles das escolas que integram o Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro? Não tem problema. Leia abaixo as principais informações para ficar bem informado sobre a maior festa do mundo e saiba quem surpreendeu e decepcionou na última madrugada de Carnaval. Desfilaram São Clemente, Portela, Beija-Flor, União da Ilha, Imperatriz Leopoldinense e a atual campeã, Unidos da Tijuca.
A águia empolgou
A Portela, que não vence o Carnaval carioca desde 1984, surpreendeu antes mesmo de começar a desfilar na Sapucaí. Quatro paraquedistas pousaram na avenida (veja foto abaixo) e levaram a plateia à loucura. A inovação pegou todos de surpresa e foi muito aplaudida.
A escola levou sua tradicional águia, dessa vez tendo a mesma base do Cristo Redentor, mas com a cabeça do animal. A agremiação fez uma homenagem aos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. Em um ponto do desfile, a águia chegou a "se abaixar" para não bater em um pilar usado para filmagem. A manobra, novamente, foi muito aplaudida.
Crédito: AFP
Pequeninha quer crescer
A São Clemente abriu o segundo dia de desfiles no Rio de Janeiro com um enredo sobre a história do carnavalesco Fernando Pamplona, responsável por uma revolução estética nos concursos cariocas nas décadas de 1960 e 1970. Acostumada às últimas colocações, a escola contou em 2015 com a veterana Rosa Magalhães, carnavalesca com o maior número de títulos na Sapucaí. A São Clemente espera uma melhor colocação neste ano, longe do rebaixamento.
Crédito: AFP
Polêmica com ditadura africana
A Beija-Flor de Nilópolis entrou na Sapucaí criticada e envolvida em uma polêmica. Isso porque o enredo "Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial" homenageia um país que vive em ditadura há 35 anos por Teodoro Nguema Mbasogo, que tem uma fortuna pessoal avaliada em US$ 600 milhões.
Para a Beija-Flor, ele teria deixado R$ 10 milhões. O enredo não falou de política e realçou as belezas naturais da Guiné Equatorial. O filho do ditador e outros membros do governo estavam na Sapucaí e aproveitaram a noite em um camarote.
Cláudia Raia foi destaque na Beija Flor / Crédito: AFP
Ousadia e contestação
Transitando entre os enredos clássicos e a música popular, a União da Ilha questionou o que é a beleza na Sapucaí e fez uma sátira ousada a marcas, padrões e conceitos da sociedade moderna. O carnavalesco Alex de Souza disse que a finalidade era contestar a obsessão que as pessoas têm de se manterem jovens e bonitas. Carla Prata (foto abaixo), fantasiada de Cleópatra, chamou a atenção na passarela.
Crédito: AFP
Uma banana para o racismo
Inspirada em um caso de racismo que envolveu o jogador brasileiro do Barcelona Daniel Alves - um torcedor atirou uma banana em sua direção -, a Imperatriz Leopoldinense usou o preconceito como tema para homenagear os negros do Brasil e o ícone da luta contra o apartheid Nelson Mandela, que morreu em 2013.
A fauna e a flora da África foram misturadas a exemplos de arte africana contemporâneos, o que deu cor e vida para o desfile da Imperatriz. A bateria representou o maculelê, dança de herança africana, e houve ainda um tripé com um mapa do Brasil feito de retratos de rostos de negros brasileiros e uma réplica da estátua de Zumbi dos Palmares que fica no centro do Rio.
A atriz Cris Vianna se emocionou com a homenagem a Mandela (AFP)
Musa da noite
Auto-intitulada madrinha "eleita pela comunidade", a atriz Cláudia Raia foi a musa da Sapucaí no segundo dia de desfiles no Rio de Janeiro. A experiente passista, de 48 anos, encarnou o poder africano com uma vistosa cabeleira loira.
Crédito: AFP
Pista de gelo suíça
A Unidos da Tijuca, que busca o bicampeonato, encerrou os desfiles deste ano praticamente sem errar. Com um enredo que homenageou o carnavalesco Clóvis Bornay, morto em 2005, a escola foi patrocinada pelo governo e empresas suíças.
O seu grande desafio foi provar que o alto nível se mantém, mesmo com a saída do carnavalesco Paulo Barros. O enredo abordou diversos aspectos da cultura suíça e até mesmo uma pista de gelo apareceu na Sapucaí, trazendo refresco para o calorão da madrugada carioca.
Crédito: AFP