O que era para ser o grande show de 2015 foi prejudicado pelo fator mais importante de uma apresentação musical: o som. Como já é recorrente na Fiergs, o que mais houve foram reclamações sobre o volume, a qualidade e a equalização do som durante as três horas de evento.
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Na pista, muita gente deixava de cantar alto para evitar que a voz de Dave Grohl fosse encoberta - algo aceitável em um show de bossa nova, mas inexplicável uma apresentação de rock. Lá, o som da bateria e das guitarras até chegava com alguma força, o que não acontecia com vozes (no caso do baterista Taylor Hawkins, o vocal era quase nulo para o público) e baixo. Sem nenhum resquício de graves, as músicas chegavam emboladas e confusas para quem estava mais atrás na plateia. Relatos de quem estava no meio da pista classificam o som como "uma piada de mau gosto", algo que "tirou a vontade da galera, que parou de cantar para poder ouvir".
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Estrutura foi motivo de protesto do público, mas entrada e saída funcionaram
Muita gente chegou cedo à Fiergs, o que facilitou a entrada. No fim da tarde, não demorava mais do que 15 minutos para que os fãs vencessem os 200 metros de fila. Ao fim do evento, também foi muito rápida a saída do público - em 10 minutos, o espaço da pista já estava praticamente vazio. Lá dentro, porém, algo incomodou demais quem queria ver o show: a mesa de som, coberta por um toldo, atrapalhava a visibilidade para um grande grupo de pessoas que estava ali atrás. Exatamente na frente do palco, no meio da pista, a estrutura não era pequena e chegou a causar gritos de protesto. Antes do show do Foo Fighters, parte da proteção de plástico foi retirada, o que melhorou um pouco a situação, mas não resolveu. Duas torres de luz e som também causaram incomodação para quem estava nas laterais da pista. Banheiros, normalmente um problema em eventos desse porte, funcionaram bem e não acumularam muita fila. Também quase não houve problemas em relação à segurança. Pouco antes de Dave Grohl subir ao palco, os bretes entre pista comum e pista premium foram reforçados com parafusos, para evitar que fossem derrubados - mas isso nem chegou perto de acontecer.
Como sempre, foi difícil chegar e sair da Fiergs
O assunto mais discutido entre quem tinha ingresso na mão era o trânsito. De difícil acesso, o espaço na Zona Norte é conhecido por provocar um nó na freeway e na Assis Brasil, principais vias pelas quais passam as caravanas a caminho de lá. E, novamente, não houve surpresa: já por volta das 17h havia lentidão e, até o início da apresentação da banda principal, só piorou. Teve quem optou pelo transporte público e precisou abandonar o coletivo a mais de um quilômetro do evento para não perder os shows. Na saída, também houve confusão, com esperas de meia-hora na Assis Brasil relatadas por motoristas via redes sociais.