Quando os olhos de Jack Shephard (Matthew Fox) se abriram pela primeira vez, em 22 de setembro de 2004, a TV começou a experimentar uma revolução. A cena introduziu o espectador no mundo de mistério de Lost, série da rede americana ABC que abalou as estruturas da indústria televisiva com inovações narrativas e uma nova forma de relacionamento com o público.
Por onde andam os astros de "Lost"
Eles estavam mortos o tempo todo?
Dez anos depois, ainda é possível observar, na TV, as influências do programa capitaneado por J.J. Abrams, Damon Lindelof e Carlton Cuse, sobre os sobreviventes de um acidente de avião que se veem presos em uma ilha onde muita coisa esquisita acontece. Desde a ousadia na maneira de contar as histórias até o incentivo ao envolvimento da audiência, muito do que veio depois bebeu na fonte de Lost. Confira os elementos que fizeram da série um marco na história da TV.
Investimento em qualidade
Lost foi uma produção grandiosa, que saiu dos padrões da época do que era feito para a televisão. A série foi quase toda gravada no Havaí. Só o primeiro episódio, com duas horas de duração, teve custo recorde de US$ 10 milhões.
Ousadia narrativa
Criador do Dude, We Are Lost!, um dos mais populares blogs sobre a série, o carioca Davi Garcia destaca que outro trunfo do programa foi sair da mesmice da TV naquela época, em que dominavam séries "procedurais", nas quais cada episódio é feito seguindo uma mesma fórmula (como CSI e Law & Order, por exemplo).
Lost contou uma história de mistério usando ferramentas narrativas diferentes, brincando com o tempo - além do presente, o passado, nos flashbacks, e também o futuro, nos flashforwards, e uma realidade paralela.
Além disso, ao colocar um grupo heterogêneo preso em uma ilha, a série também investiu muito no desenvolvimento dos personagens, procurando fugir da ideia de mocinho e bandido.
- Mostravam o personagem em conflito, com um lado bom e um lado ruim - diz Garcia, que hoje é editor-chefe do site Ligado em Série.
Saudade da ilha
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Veja os motivos que fizeram desta produção um marco
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