Ousado na estética e na duração - apenas quatro meses - e com atuações impecáveis, o remake de Meu Pedacinho de Chão (RBS TV) chega ao fim nesta sexta-feira com elogios da crítica, mas audiência abaixo do esperado. Mesmo assim, a novela de Benedito Ruy Barbosa encantou. O cenário lúdico, os figurinos ricos em detalhes e personagens inspiradores fizeram dela um marco em inovação na teledramaturgia atual.
A direção de Luiz Fernando Carvalho cuidou de todas as minúcias. A intenção dele ao abusar de cores e texturas era criar uma fábula, lidando com a imaginação e remetendo ao universo da infância. Esse foi o seu grande acerto. Se os adultos estranharam esse apelo visual, as crianças adoraram.
Tateando um novo caminho para as novelas, a Globo mostrou que ousar pode dar certo. E abriu as portas para que outros autores e diretores também possam inovar. Mesmo a mistura de sotaques, estranha inicialmente, deu certo.
A opção pela trama clássica, com o amor vencendo barreiras, talvez não satisfaça muito, mas ajudou a compor o caráter onírico que o autor propôs. O que faltou para Meu Pedacinho de Chão ter mais sucesso, talvez, foi o público se acostumar a um novo formato de novela.
Foi bom por...
- Dos destaques de Meu Pedacinho de Chão, Irandhir Santos e o seu Zelão foram os principais. A novela acabará com a união do capataz e da professora Juliana (Bruna Linzmeyer).
- A trama de Benedito Ruy Barbosa tinha vários casais promissores, mas o que mais agradou ao público foi Ferndinando (Johnny Massaro) e Gina (Paula Barbosa). O jovem teve que domar a moça de estilo arredio, o que rendeu boas histórias.
- E a atuação dos pequenos Tomás Sampaio (Serelepe) e Geytsa Garcia (Pituquinha), que souberam dosar ingenuidade e esperteza, encantou.