Em sessões de pré-estreia na Capital, Transformers - A Era da Extinção só será lançado oficialmente no Brasil na próxima quinta, mas já faturou mais de R$ 6 milhões no país. Candidato a maior bilheteria do ano, o longa é obra de Michael Bay, diretor que conquistou o posto de novo rei dos blockbusters repetindo a mesma fórmula a cada filme.
Confira do que é feito um blockbuster campeão de Michael Bay
Explosões múltiplas
Nada define mais o cinema de Michael Bay do que explosões. Na terra, no ar, na água ou no espaço sideral, não existe um único filme dele em que não tenha alguma coisa sendo destruída. E essa mania só cresce: seu primeiro filme, Os Bad Boys (1995), teve 18 explosões, enquanto Transformers - O Lado Oculto da Lua (2011) contabilizou 283, segundo o site Uproxx. O mesmo se repete com Transformers - A Era da Extinção, que trata de uma nova invasão de robôs alienígenas à Terra.
Perseguições alucinantes
Não existe filme do Michael Bay sem uma boa sequência de perseguição de carros em alta velocidade. Ele se tornou tão mestre nisso que a cena da vez em Os Bad Boys 2 (2003) virou referência para outros filmes de ação. O próprio Bay explicou dizendo que "o segredo é colocar uma câmera em um lugar onde, se houvesse uma pessoa filmando, ela morreria". É, Michael Bay não brinca em serviço, mas também sabe usar de algum humor: em A Rocha (1996), no meio de um pega pelas ladeiras de São Francisco, ele dá um corte rápido para mostrar uma corrida de... cadeirantes.
Coadjuvantes cheias de curvas
O tratamento dado por Michael Bay ao sexo feminino também segue um padrão. Suas atrizes sempre fazem o tipo gostosona, vestem roupas mínimas e, via de regra, são filmadas em ângulos dignos de ensaios sensuais - que o diga Megan Fox nos dois Transformers de que participou (2007 e 2009). Já Liv Tyler apareceu de lingerie com biscoitos em forma de bichinhos sobre a barriga em Armageddon (1998). Mas nada supera o desfile de anônimas seminuas em Sem Dor, Sem Ganho (2013). Em Transformers - A Era da Extinção, quem faz caras e bocas é Nicola Peltz, interpretando a filha de Mark Wahlberg.
Patriotismo a mil
Se existe uma cota para tempo mínimo de exposição da bandeira americana em filmes, Michael Bay comprou a parte de todo mundo pelas próximas 20 gerações. Às vezes, o pavilhão até faz sentindo, como na base da Marinha em Pearl Harbor (2001) ou no hangar militar de A Rocha (1996). Mas, na esmagadora maioria, as listras e estrelas estão lá para fazer fundo a algum discurso piegas (Transformers, 2007), simbolizar o way of life americano (Armageddon, 1998) ou simplesmente constar numa parede de academia enquanto dois bombadões conversam sobre o sentido da vida
(Sem Dor, Sem Ganho, 2013).
Câmera leeeeentaaaaa
É difícil cravar quem inventou o efeito em câmera lenta, mas Michael Bay é, com certeza, um dos sujeitos que mais utilizam o recurso. Sua predileção é pelo tremular de bandeiras americanas - vide A Rocha (1996), Armageddon (1998), Pearl Harbor (2001) e Transformers (2007-2011) -, mas ele não faz economia, não. Em A Rocha, mesmo cenas prosaicas como moedas girando, alguém atendendo o telefone ou chaves sendo escolhidas de um molho são filmadas em slow motion. Aviões passando por cima de prédios também são desacelerados em Os Bad Boys (1995) e Sem Dor, Sem Ganho (2013).
Bay X Spielberg
Michael Bay está entre os maiores arrecadadores do mundo, com mais de US$ 5 bilhões faturados com 11 filmes. A título de comparação, o valor é pouco mais da metade que Steven Spielberg, o inventor do blockbuster, amealhou com o dobro de filmes. De 1995 até hoje, apenas uma produção sua não ficou entre as 10 maiores bilheterias no seu ano de lançamento - ironicamente, aquela em que tentou fazer algo além de explodir coisas, a ficção de viés científico A Ilha (2005), com Scarlett Johansson. A franquia Transformers é seu maior êxito, faturando quase US$ 1,5 bilhão somente com os três primeiros títulos.
Tácalepau!
A fórmula vencedora de Michael Bay em "Transformers - A Era da Extinção"
Confira do que é feito o blockbuster que já está se consolidando como a maior bilheteria do ano no Brasil (e possivelmente no mundo)
Gustavo Brigatti
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