No embalo de Milli Vanilli, cuja história dos músicos que não sabiam cantar que vai virar ópera experimental, lembramos outros casos curiosos, de artistas que não eram bem o que anunciavam:
1) Technotronic é um projeto belga de house music criado por Jo Bogaert nos anos 1980. Sua música tinha forte marcação do grave e uma voz inconfundível. Junto com Ya Kid K, ele produziu a faixa Pump Up The Jam que, inesperadamente, se tornou um grande sucesso internacional. Participaram também deste grupo MC Eric e Kamosi. Mas o grupo teve uma ideia não muito esperta. Contratou uma modelo sul-africana chamada Felly para ser a garota propaganda do grupo, ou seja, ela apareceria em todos os eventos caracterizando o som do Technotronic, como clips, shows e turnês. Ou seja, enquanto MC Eric e Ya Kid K se esforçavam para dar conta dos shows, a modelo Felly aparecia nas capas dos discos e dublando. E muitos fãs nunca se deram conta.
2) Na abertura da Olimpíada de Pequim, em 2008, a menina Lin Miaoke apareceu cantando a música patriótica Hymn to the Motherland. Mas, na verdade, ela estava só fazendo playback. Yang Peiyi foi quem venceu o concurso que escolheria a melhor cantora para a ocasião. Só que, por não apresentar "boa imagem", acabou gravando a música para que a modelo (Miaoke fazia comerciais para a televisão) fizesse playback.
3) Em meados dos 1970, produtores e gravadoras entraram na moda de "inventar" grandes atrações estrangeiras que vinham se apresentar nos programas auditórios brasileiros e tinham seus discos lançados por aqui com estardalhaço. Mas era apenas uma malandragem facilitada pelo contexto da época, pré- internet e com menos informação circulando: um deles era o Fábio Júnior, que se apresentava e chegou a gravar com o nome de Mark Davis. É da mesma época o início de carreira do Morris Albert, o autor de Feelings, que na verdade se chamava Maurício Alberto, e do Michael Sullivan, que na verdade se chamava Ivanilton de Souza Lima e era de Recife.