A empatia entre jogador e personagem é um objetivo difícil de ser alcançado pelos jogos. Tearaway consegue isso com uma história cativante, que serve como pretexto para mostrar o potencial do PS Vita (o jogo é exclusivo para o console e custa em média R$ 160).
No jogo desenvolvido pelos ingleses da Media Molecule, criadores da série Little Big Planet, muitas ideias vistas no mascote Sack Boy são aproveitadas, desta vez em um mundo feito totalmente de papel. O visual é bastante orgânico e lembra muito programas de TV dos anos 1970. A trilha sonora reforça essa impressão e, como visto poucas vezes, desaparece em alguns momentos para aparecer de forma pertinente
depois.
A história é simples e pouco surpreendente, mas não deixa de ser interessante. Iota, um menino, ou Atoi, uma menina, são feitos de papel e formam uma mensagem que precisa ser entregue para você - o jogador mesmo. Logo no início, a sua face é capturada pela câmera frontal do aparelho e usada como sol para orientar o rumo. Os Retalhos tentam impedir que a carta seja entregue, como pedaços de outros jogos que não querem que este tenha êxito.
As telas sensíveis ao toque são usadas para reforçar a relação entre herói e público. O recurso de colocar os dedos e pressionar a parte traseira do aparelho permite modificar o cenário, mas isso é realizado de maneira pontual. A tela frontal torna possível abrir presentes e obstáculos, como em um livro infantil ao estilo pop-up. É uma forma da Sony mostrar que seu portátil tem títulos que justificam a sua compra, em um cenário de competição acirrada contra Nintendo 3DS, tablets e smartphones.
É curioso notar que, nas fases finais, o jogo passa a brincar com o uso dos botões tradicionais sem que você perceba que precisa agir com um ritmo programado - recurso usado nas produções para smartphones e série Rayman, por exemplo. Algumas vezes, o uso do aparelho será mais interessante para criadores de jogos, que encontram aqui uma fonte de inspiração, mas nada que esfrie a jornada.
Nos momentos de exploração, vale mexer com o ambiente, formado por objetos que buscam conexão com brinquedos antigos. Isso também é visto no uso da câmera, com
um visual colorido que combina a iconografia das máquinas com os filtros do Instagram. As imagens capturadas podem ir para o site tearaway.me, que também oferece modelos em papel dos personagens para imprimir e montar.
Tearaway busca acertar o coração para depois provocar uma reflexão sobre jogos que foram concluídos e todos os outros que jogamos pela metade e depois esquecemos na estante ou nas telas cheias de ícones.A ideia lembra um pouco o filme Detona Ralph,
porém melhor acabada em um dos melhores jogos lançados em 2013.
Direto dos anos 1980
A combinação do clássico Donkey Kong com heróis de alguns filmes dos anos 1980
pode parecer estranha, mas deu origem à divertida mistura de Donkey Me. Mario, Pauline e Kong são substituídos por Luke Skywalker, Rambo, Flash Gordon, Indiana Jones e até mesmo os Gremlins. O jogo é gratuito e pode ser baixado para PC, Mac e Linux no endereço www.bruneras.com/games_donkeyme.php.
De volta a Atari e Odyssey
A equipe do Internet Archive lançou uma versão beta de um emulador para rodar títulos antigos de Atari e Odyssey. Basta acessar archive.org/details/consolelivingroom para jogar, sem receio de ser pirataria. Por utilizar recursos da linguagem Java, a emulação é um pouco lenta e funciona melhor no Firefox. O link para a emulação estará na palavra Run abaixo da imagem maior do jogo. O site também armazena livros, vídeos e sons históricos.