Ao longo de 13 dias em agosto de 1961, Flávio Tavares, então um jovem repórter com 27 anos a serviço da Última Hora de Porto Alegre, cobriu um encontro diplomático internacional e lá conheceu o grande personagem político do período. É esse episódio que ele recorda em Meus 13 Dias com Che Guevara.
O livro tem sessão de autógrafos neste domingo, às 17h, na Feira, em sua reedição ampliada de um depoimento lançado originalmente em 2007. No texto, Tavares recorda os bastidores da Conferência Interamericana Econômica e Social da Organização dos Estados Americanos, realizada em Punta del Este, no Uruguai, entre 5 e 18 de agosto de 1961.
Che, então ministro de Indústrias da vitoriosa Revolução Cubana, foi a estrela do encontro. Como Tavares comenta no livro, aquele era "o Che em plena euforia triunfal da Revolução (...), antes das crises, dos erros, perseguições e decepções".
Em um tom intimista, que combina testemunho e uma clara admiração pelo personagem, Tavares recorda a repercussão da presença do Che na conferência e tece considerações sobre as decisões posteriores do Che, como a tentativa revolucionária na Bolívia. A presença do Che não impressionou apenas o repórter, mas o governador gaúcho Leonel Brizola, também presente no encontro. Como Tavares já havia comentado no parágrafo final de 1961: O Golpe Derrotado, seu livro anterior, a figura do Che pode ter até mesmo influenciado a reação de Brizola na condução da Legalidade, menos de um mês depois.