Na onda da estreia da versão americana de The Bridge, neste domingo, no FX, o Segundo Caderno levantou algumas outras bem-sucedidas adaptações de séries que já eram sucesso em outros países. Confira:
The Bridge
Dobradinha inesperada
Que existe uma tensão diplomática e racial entre EUA e México não é nenhum segredo. Mas Bron/Broen coloca uma lupa que revela as sutis rachaduras na ponte da suposta civilidade erguida entre Suécia e Dinamarca. Na versão original de The Bridge, lançada em 2011, são policiais dos dois países que precisam cooperar mutuamente para desvendar os segredos guardados pelo cadáver deixado na soleira de suas portas. Com a história e os personagens sendo rigorosamente adaptados, a diferença mais marcante fica por conta do cenário, árido e ensolarado da fronteira chicana, gelado e cinzento no horizonte escandinavo.
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The Office
Mundo corporativo
O tresloucado cotidiano de uma pequena empresa de papéis, mostrado como se fosse um documentário, saiu da cabeça do ator e diretor britânico Ricky Gervais. Mas os ingleses não entenderam muito bem a sátira ao ambiente corporativo, e The Office só teve duas temporadas (2001 - 2002) pela BBC. Vida bem mais longa e próspera teve sua versão americana: o remake encabeçado por Steve Carell estreou em 2005 e teve nove temporadas - o último episódio foi ao ar em maio passado -, sempre com bons índices de audiência. A fórmula permaneceu a mesma, com um ator de renome (Gervais e Carell) puxando um elenco de desconhecidos talentosos.
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The Killing
Contra o tempo
Criada na Dinamarca em 2007, Forbrydelsen segue a rotina de uma equipe da polícia de Copenhague. Cada temporada é centrada em um crime específico, e os episódios cobrem exatamente 24 horas de investigação, sempre aproveitando o clima sombrio e as paisagens geladas da capital dinamarquesa. Em 2011, a versão americana de The Killing foi para a não menos úmida e cinzenta Seattle, com o mesmo ritmo e estilo de contar a história principal, focada em um único assassinato, enquanto tramas paralelas vão se desenvolvendo até culminar no desfecho do caso. Além do arco das investigações da polícia, a dor dos pais da jovem vítima e o dia a dia dos principais suspeitos são acompanhados na primeira temporada da série.
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House of Cards
Entranhas do poder
Aclamada série política britânica, House of Cards foi ao ar no final de 1990, em quatro episódios. Neles, o espectador acompanha os esquemas ardilosos de Francis Urquhart, líder do partido conservador que tenta chegar ao posto de primeiro-ministro após a saída da colega Margaret Thatcher. Na versão norte-americana, que estreou neste ano, Kevin Spacey vive um congressista democrata que decide se vingar de seus companheiros por não ter recebido um prometido cargo de secretário de Estado. Em ambas as produções, o foco é o funcionamento - muitas vezes malcheiroso - das entranhas do poder de dois dos governos mais poderosos do mundo.
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Homeland
Segredos de guerra
Originalmente uma série focada em três soldados israelenses feitos prisioneiros no Líbano, Prisoners of War (ou Hatufim) foi ao ar em Israel entre 2009 e 2012. Além de mostrar as dificuldades de readaptação social de dois deles, contava como o terceiro, dado como morto, havia passado para o lado inimigo e vivia com muçulmano na Síria. Na premiada adaptação norte-americana, Homeland, um soldado (Damian Lewis) é libertado após anos nas mãos dos iraquianos e volta para casa como herói de guerra. Mas ele esconde um segredo que coloca todo o país em risco - e apenas uma agente da CIA (Claire Danes) poderá impedi-lo. A série conta ainda com a brasileira Morena Baccarin, indicada ao Emmy deste ano.