Então lá estou eu diante da prefeitura com meu coração vermelho no peito, que me acompanhou nos dias em que ainda dava para lutar pelas árvores da Beira-Rio, por uma Porto Alegre para as pessoas, não para os carros, por um projeto de cidade, não por uma cidade sem projeto. Lá está minha mãe com um botton estampando o símbolo da paz. Ele veio de São Francisco muito antes de eu nascer. Lá estão as tantas pessoas que eu conheci esse ano: arquitetos, professores, moradores do Centro, um monge budista, um mágico com tendências zapatistas, advogados, os que estão sempre de bicicleta, o homem que salvou a Gonçalo de Carvalho, o biólogo da SMAM que teme pelas palmeiras da Osvaldo Aranha. E o Ismael Caneppele. E a Katia Suman. E a Cláudia Tajes. Éramos, somos, muitos.
Narrativa das ruas
"Quando as manifestações enchem as avenidas, pode-se ver nas janelas as pessoas que acenam, e a gente ali embaixo se sente acolhido e cheio de esperança"
A escritora Carol Bensimon fala sobre sua experiência nas manifestações