Cultura e Lazer

Vermelho e azul

Gelson Radaelli defende arte emotiva em exposição na galeria Bolsa de Arte

Mostra individual "A Solidez do Céu" será inaugurada nesta quarta-feira, em Porto Alegre

Fábio Prikladnicki

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Bernardo Kroeff / Divulgação
Detalhe da pintura "Nem o Silêncio Vibra nas Montanhas", 2012, óleo sobre tela

Há 10 anos, o ateliê do artista Gelson Radaelli saiu do primeiro piso de um prédio na Rua Riachuelo para o décimo andar de um edifício localizado na Avenida Salgado Filho, em Porto Alegre.

A mudança é fundamental para compreender a transformação pela qual sua obra passou nos últimos anos.

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Da janela do novo ateliê, Radaelli pôde observar o horizonte, elemento que começou a aparecer em seus trabalhos. Formas mais abstratas que lembram nuvens tomaram suas pinturas que, durante 20 anos, contavam majoritariamente com formas humanas. O artista, que não costumava dar títulos para exposições e obras, mudou de atitude. A transformação foi vista na mostra Paisagens Suspeitas, em 2008, na Bolsa de Arte, na Capital. O artista volta à galeria com a individual A Solidez do Céu, que terá inauguração nesta quarta-feira (13/6), às 19h. A curadoria é de Mario Gioia. São pinturas, desenhos e esculturas criados principalmente neste ano. Os títulos das obras recentes foram retirados de poemas de T.S. Eliot (1888 - 1965).

Então, isso significa que o trabalho de Radaelli se tornou abstrato?

- Não gosto da palavra abstrato - responde. - É uma pintura que beira o abstrato, mas não significa que seja isso. Não tem classificação. Não é figurativa, tampouco abstrata.

Assim, o artista convida o público para uma experiência que remete a sua própria infância, quando costumava identificar figuras nas nuvens. Explicar o que está na pintura é esvaziá-la desse olhar criativo. Radaelli se considera um artista da emoção, e não da razão.

- Essa coisa do conceito que usam na arte contemporânea... Minha arte não tem essa leitura anotada. É mais uma coisa de obra aberta. Quero que cada pessoa descubra um pouco de si ao observar os trabalhos.

O artista também descobriu um pouco de si. Não sabe explicar a preferência pelo azul e vermelho que predominam nas telas recentes, mas sabe que isso vem de tempos. No ateliê, há uma obra criada aos 12 anos na qual as duas cores já estão presentes. É como se ainda carregasse o sonho de "ser Van Gogh ou Picasso" que o motivou a começar a pintar, aos oito anos.

A SOLIDEZ DO CÉU
> Abertura nesta quarta (13/6), às 19h. Visitação de segundas às sextas, das 10h30min às 19h, e aos sábados, das 10h às 13h30min. Até 13 de julho. Entrada franca.
> Galeria Bolsa de Arte (Visconde do Rio Branco, 365), fone (51) 3332-6799, em Porto Alegre.
> A exposição: pinturas, desenhos e esculturas de Gelson Radaelli criados principalmente neste ano.

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