A segunda tela nunca foi tão simultânea à primeira. Em meio a tantas previsões sobre o abandono do televisor, eis que o aparelho, agora em plena expansão de versões para abrigar acesso à internet, voltou a apresentar crescimento.
Se no ano passado o total de ligados das pesquisas do Ibope pareciam derrubar seu uso em até 2 pontos porcentuais, o mês de abril passado registra um avanço em relação a abril de 2012, tanto na Grande São Paulo (de 37,1% para 38,1%) quanto no Painel Nacional de TV (PNT) do Ibope (de 37,5% para 38,4%). Os dados são referentes à faixa das 7h às 24h.
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Isso não quer dizer que todo o saldo se reflita na TV aberta, espaço que abocanha mais de 60% de verba publicitária neste país. Convém observar que no PNT, os chamados Outros Canais (OCN), onde se incluem canais pagos e UHF abertos, alcançaram em abril um índice de 8% de todo o bolo de televisores ligados - em abril de 2012, a participação alcançava 6,1%. Na faixa nobre, essa fatia sobe para 9,9% - em abril de 2012, os canais pagos ocupavam 7,6% da atenção do público sintonizado entre 18h e 24h.
Ou seja, a TV paga já toma, no horário noturno, quase 10% da atenção de quem ligou a TV. Isoladamente, não há canal aberto que tenha atingido tal crescimento de participação, entre um abril e outro. A Globo, no horário nobre, conseguiu um acréscimo de 1,4 ponto no período, mas os OCN subiram 2,3 pontos, patamar superior à média de crescimento de televisores ligados (1,8 ponto) no País, das 18h à 0h.