Radicci, o colono bonachão criado pelo cartunista Iotti, completa 30 anos em 2013. Desde a estreia no jornal Pioneiro, o personagem virou desenho animado, ganhou versões para o teatro e para o rádio e foi publicado até na Itália - sem jamais abandonar a postura indócil e os valores da colônia. Para marcar a data, Iotti incorpora Radicci e sobe ao palco do Teatro Novo DC, na Capital, para um improvável show de stand-up comedy. As apresentações estão marcadas para sábado e domingo, a partir das 21h. Falando de Caxias do Sul, Iotti canta o que preparou para os fãs do personagem:
Confira algumas tirinhas com o personagem Radicci
Zero Hora - Como será o espetáculo? Contará histórias do Radicci, por exemplo?
Iotti - É mais ou menos isso. Quando dou palestras em universidades, por exemplo, sempre tem alguém que pergunta qual o meu processo criativo. Já o pessoal da colônia chega perguntando de onde eu tiro tanto besteira. Daí que o stand-up foi a forma que encontrei de responder a isso de uma vez só, incorporando o Radicci.
ZH - Mas, se você incorpora o Radicci, como é que aparece no palco elegantemente vestido de preto? Cadê o chapéu, a camisa aberta, a calça dobrada até as canelas, o bigodão?
Iotti - Pois é, achei melhor não. Ia chamar muito a atenção, desviaria o foco, sabe? Ok, a verdade é que simplesmente, não dá. Não tem como. Apenas, não.
ZH - Além do Radicci, você apresenta algum outro personagem?
Iotti - Sim, também faço o Irmão Benildo, um padre bipolar muito louco que criei para o rádio. Ele começa falando de paz com um canto gregoriano ao fundo e, de repente, entra um heavy metal e ele começa a praguejar contra tudo, desde gente que tem Chevette rebaixado e toca sertanejo universitário no último volume até adesivo de família feliz. Nessa esquete, quase tudo crio na hora - com exceção do Chevette rebaixado, que faço questão de incluir sempre.
ZH - Nas redes sociais tem muita gente pedindo para o espetáculo ir para outros lugares, principalmente para a Serra. Tem alguma previsão?
Iotti - Sim, eles pedem, mas daí quando eu levo, ninguém vai ver. Talvez lá pelo meio do ano eu faça. Na verdade, esse negócio de stand-up é muito difícil pra mim. Sou jornalista, não tenho condições emocionais pra encarar muito disso, não. Na hora, quando o pessoal está rindo, até que é legal, mas antes, Deus do céu, é desesperador! Fumo uma carteira inteira de cigarros - e nem fumante eu sou!
Confira algumas tirinhas com o personagem Radicci