Um dos principais expoentes mundiais do metal extremo, a banda gaúcha Krisiun retorna a sua cidade de origem para show nesta sexta-feira (22). Formado em Porto Alegre em 1990 pelos irmãos Alex Camargo (baixo e voz), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria), o grupo se aproxima da marca de 35 anos de história esbanjando velocidade, peso e lições que vão além da música.
Em entrevista ao Programa Playlist da Rádio Gaúcha, o vocalista e baixista Alex Camargo reflete sobre o relacionamento com os irmãos e comemora o retorno da banda a um dos maiores e mais disputados festivais de heavy metal do mundo. O Krisiun foi confirmado no Wacken Open Air 2025, que ocorre na Alemanha entre os dias 30 de julho e 2 de agosto, onde tocou uma única vez em 2001.
Camargo também fala sobre brigas famosas entre irmãos na música (como nas bandas Oasis e Sepultura). No Krisiun, o segredo é resolver tudo logo:
— Não guardamos segredo ou mágoa. É tudo na hora, na lata!
Confira a entrevista com Alex Camargo:
Como vocalista, dá para dizer que você é o líder da banda, acaba sendo o cartão de visitas, Alex?
Eu não vejo um líder que dá as ordens, que coordena. Todo mundo tem a sua função no Krisiun. Posso dizer que são três líderes. A gente formou a banda junto e faz todas as coisas juntos. Cada um tem mais ou menos as suas tarefas, todo mundo tem a sua opinião, o importante é ter responsabilidade e não se omitir das tarefas, dos compromissos. A gente vem levando assim há bastante tempo.
Esse aspecto democrático é um dos segredos da longevidade da banda?
O fato de a gente ser irmão ajuda no caso de se respeitar. Termos os mesmos gostos musicais também ajudou. A gente não tem aquele problema de esconder uma coisa do outro ou, quando tem algum problema, a gente olha na cara, a gente resolve.
Sendo irmãos, vocês são muito transparentes, vocês resolvem as coisas de uma forma mais rápida. Mas irmão, quando briga, pode ser feio também, a ponto de uma banda acabar. Tá aí o Oasis para provar. Isso é uma lição?
Tem os dois lados. Tem essa intimidade natural, passou a infância toda junto, então a gente nunca teve um problema em esclarecer, em não guardar segredo ou guardar mágoa. É tudo na hora, na lata. A estrada é difícil, tem uma série de fatores estressantes, às vezes você não concorda com a opinião do outro, não concorda com uma certa atitude, e o bicho pega. Mas a gente já está bem tranquilo quanto a isso, hoje em dia tá mais calmo.
Todo mundo tem a sua função no Krisiun. Posso dizer que são três líderes. A gente formou a banda junto e faz todas as coisas juntos
ALEX CAMARGO
Vocalista e baixista
E como você avalia o caso do Oasis?
Tem o caso do Sepultura também, né? Quando a banda se separou, os dois irmãos (Max e Iggor Cavalera) ficaram não sei quantos anos sem se falar. Ficou aquele clima ruim, e era uma coisa tão legal, uma banda tão forte dentro do cenário, brasileira. A gente pegou como lição também.
Vocês foram recentemente confirmados no festival Wacken Open Air, na Alemanha. Como que se faz para tocar lá? Existe um trabalho de promoção, de proximidade, com os promotores do festival?
É difícil se tu não tiver um agente, o pessoal chama de booking agent, o cara que marca teus shows, marca tuas turnês. Tem que trabalhar, tem que ter material para oferecer, ter bandas boas no casting. A gente está com essa companhia que se chama Decibel, na Europa, e nos Estados Unidos a gente está com a Continental. É imprescindível. Infelizmente, tem um lado "extra-música", a concorrência é muito grande. São muitas agências, muitas bandas, muitos empresários. Tem banda que, às vezes, tem uma grana que vai lá e põe em cima.
Ouça a entrevista na íntegra no Programa Playlist
Krisiun em Porto Alegre
- Data: 22 de novembro (sexta-feira)
- Local: bar Opinião (José do Patrocínio, 834),
- Horário: a partir das 18h30min.
- Ingressos: à venda no site do Sympla.