Em um momento de reconstrução e de retomada dos eventos no Estado, a 44ª edição da Coxilha Nativista cumpre a função de fortalecer a identidade gaúcha. Realizado em Cruz Alta, na região noroeste, o festival começa nesta terça-feira (30) e vai até sábado (3), no Ginásio Municipal.
A Coxilha Nativista tem entrada franca e, diariamente, inicia às 20h. Sempre com apresentação de abertura, mostra competitiva de músicas e show de encerramento.
Um dos maiores festivais de música regional gaúcha, a Coxilha é um dos mais longevos do Estado, ficando atrás somente da Califórnia da Canção Nativa, de 1971. Porém, a Coxilha é realizada ininterruptamente desde 1981 — o evento ocorreu mesmo na pandemia, com restrições.
É da Coxilha Nativista que saíram clássicos do cancioneiro gaúcho, como Vento Norte, na voz de Eraci Rocha; Batendo Água, de Gujo Teixeira e Luiz Marenco; Entrando no M'Bororé, com versos de João Sampaio e melodia de Elton Saldanha, apresentada na voz de José Cláudio Machado.
Premiação
Nesta edição, a competição distribui prêmios para composições, intérpretes, melodias, arranjos, conjunto vocal, indumentária, entre outras categorias.
Cada troféu tem o nome de uma figura ilustre do RS, sejam artistas, escritores ou personagens — o principal prêmio se chama troféu Erico Verissimo, dado à melhor composição, junto com uma quantia de R$10 mil.
Além da competição, o festival promove a 7ª Coxilha Instrumental (apresentações de instrumentistas), a 38ª Coxilha Piá (competição entre jovens até 17 anos), 5ª Coxilha Vai às Ruas (palco itinerante que leva músicos às principais regiões da cidade), 2ª Coxilha dos Idosos (apresentação realizada Centro de Convivência do Idosos). Também há o projeto Coxilha Vai à Escola, que oferece oficinas de música.
A cidade aumenta seu sentimento de pertencimento e de identidade
JOÃO BOSCO AYALA
Produtor cultural do evento
Em meio às competições, haverá apresentações de Semeadores do Som, Analise Severo, Fábio Furian, Os Chacreiros com participação especial de Ênio Medeiros, Tiago Quadros, Alejandro Brittes, André Teixeira, Edison Macuglia e Marcelinho Carvalho, Edilberto Bérgamo, Elton Saldanha, Rodrigo Maia, Milagros Caliva, Grupo Mas Bah e Glauco Vieira.
— A Coxilha é uma marca cultural muito forte, que transcende o fato de ser apenas um festival de música — aponta João Bosco Ayala, produtor cultural do evento. — É possível incluir um universo inteiro: teatro, dança, idosos, crianças e assim por diante. Qualquer tipo de manifestação cultural vai estar celebrando a Coxilha da mesma forma.
João Bosco frisa que a Coxilha sempre traz a primeira linha do que está acontecendo na música regional gaúcha. Além disso, o produtor destaca que o festival sempre faz com que Cruz Alta pare, mas no bom sentido. Tudo passa a respirar Coxilha.
— Os hotéis ficam lotados, e os restaurantes também. O comércio tem um de seus picos do ano — descreve. — Existe uma movimentação da engrenagem cultural muito efervescente em função de um evento como esse, gerando emprego e renda. A cidade aumenta seu sentimento de pertencimento e de identidade.
Economia criativa
Um festival como a Coxilha Nativista, como observa João Bosco, também é vital para o funcionamento da economia criativa do Rio Grande do Sul. Especialmente neste período pós-enchente, em que músicos que participam do festival também foram atingidos.
— É um alento para essas pessoas, tanto para alma quanto para o estado emocional. Veremos isso também na temática das canções — relata o produtor. — O músico transpira aquilo que vive e transforma em arte. No palco, haverá vários músicos que perderam tudo e estarão lá, traduzindo suas agruras em arte.
Mais informações sobre a Coxilha Nativista podem ser acompanhadas pelo perfil do Instagram @coxilha.nativista.
Programação
Sempre a partir das 20h, no Ginásio Municipal de Cruz Alta (Rua Gen. Osório, 963 - Centro).
30/7 – 38ª Coxilha Piá
Palco Ginásio Municipal
- Abertura: Semeadores do Som
- Encerramento: Analise Severo
31/7 – 44ª Coxilha Nativista - Fase Local e 7ª Coxilha Instrumental
Palco Ginásio Municipal
- Abertura: Fábio Furian
- Encerramento: Os Chacreiros e participação especial de Ênio Medeiros
Palco Praça de Alimentação
- Tiago Quadros
1º/8 – 44ª Coxilha Nativista - Fase Geral e 7ª Coxilha Instrumental
Palco Ginásio Municipal
- Abertura: Alejandro Brittes
- Encerramento: André Teixeira
Palco Praça de Alimentação
- Edison Macuglia e Marcelinho Carvalho
2/8 – 44ª Coxilha Nativista Fase Geral e 7ª Coxilha Instrumental
Palco Ginásio Municipal
- Abertura: Edilberto Bergamo
- Encerramento: Elton Saldanha
Palco Praça de Alimentação
- Rodrigo Maia
3/8 - 44ª Coxilha Nativista Final e 7ª Coxilha Instrumental
Palco Ginásio Municipal
- Abertura: Milagros Caliva
- Encerramento: Grupo Mas Bah
Palco Praça de Alimentação
- Glauco Vieira