Nem só de música vive o Rap in Cena. Além das mais de 70 atrações que passarão pelos três palcos do festival, entre este sábado (28) e domingo (29), a nona edição do evento conta com a Vila Olímpica dentro da estrutura montada no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
A arena promove atrações como skate, basquete, breakdancing, boxe, kickboxing, jiu-jítsu, batalha de rima e slam. Até a beleza está em pauta na Vila Olímpica: há o Espaço MVP, com curadoria da MVP Barber Club, que oferece serviços de cabelo e barba, além de uma área de games.
Neste sábado, transeuntes se revezavam tentando algumas cestas no espaço Basquete in Cena, com curadora do Dunk Park. O público podia montar equipes para desafiar o time da Liga de Basquete Amador de Porto Alegre, em uma quadra 3x3.
Para Anderson Wintter, proprietário do Dunk Park, o basquete é um dos principais pontos da cultura hip-hop:
— É um esporte que pauta diversos aspectos, como vestuário. O basquete se entrelaça com a identidade do hip-hop, que vai muito mais que a música.
Dentro da Vila também havia o Skate in Cena, com curadoria da Alvo Cultural. Em uma pista de street, homens e mulheres disputavam um campeonato de melhor manobra. Um dos juízes era o skatista profissional desde os anos 1990, Tomas Guedes, o Tomate. Para ele, é difícil separar o skate do hip-hop.
— A inclusão do skate no Rap in Cena serve para valorizar a nova geração. Vivemos por aqui a melhor fase do skate, com o boom das Olimpíadas e a construção da pista da Orla — observa.
A Vila Olímpica também valorizou o breaking. Com curadoria da Nest Panos, os b-boys, que se classificaram durante as seletivas, se apresentavam em uma pista no espaço. Já a competição das b-girls será no domingo.
— Ao dar visibilidade ao breaking, o festival preza pela essência da cultura hip-hop — pontua William Footwork Squad, um dos organizadores do evento.
Para Keni Martins, um dos sócios e idealizadores do Rap in Cena, o festival também é uma ferramenta de transformação social.
— Eu tive minha vida impactada através de um projeto social de boxe olímpico. Isso me transformou — diz Keni. — Nomeamos a Vila Olímpica para ganhar esse protagonismo junto à música, assim como o futebol leva grandes públicos, queremos fazer com que outros esportes sejam contemplados.