Morreu, nesta sexta-feira (25), aos 99 anos o cantor Carlos Gonzaga, em um hospital em Velletri, no Lácio, na Itália. A informação foi confirmada neste sábado (26), pela família do artista e pela prefeitura da cidade mineira de Paraisópolis, onde ele nasceu.
Nascido José Gonzaga Ferreira, o músico migrou para São Paulo no fim dos anos 1940. No começo da década seguinte, lançou suas primeiras canções, que variavam entre românticas, baladas, calipsos e tangos, entre outros gêneros.
Em 1958, ano em que a bossa nova foi criada no país, Gonzaga dominou as rádios com uma versão do rock Diana, de Paul Anka, que ganhou letra em português de Fred Jorge. Tornou-se, então, um dos pioneiros do gênero no Brasil — e o primeiro negro do país a investir no nele.
À época, o estilo musical começava a chamar a atenção de cantores brasileiros. Antes do cantor, Nora Ney gravou Ronda das Horas, em 1955, uma versão para Rock Arond the Clock, de Bill Haley e Seus Cometas.
Após seu primeiro hit, lançou outras versões para criações internacionais, entre elas, Só Você (Only You), Oh, Carol (Oh, Carol) Quero Te Dizer (It's Not for Me to Say), Meu Fingimento (The Great Pretender), Passeando na Chuva (Just Walking in The Rain), Adão e Eva (Adam and Eva) e Foi o Luar (Far, Far Away).
A gravação de Diana voltou a ficar em evidência quando foi incluída na trilha sonora da novela Estúpido Cupido, da TV Globo. Gonzaga, que também atuou no cinema, perdeu prestígio quando uma nova geração de cantores ligados ao rock surgiu, sobretudo durante a Jovem Guarda, na segunda metade da década de 1960. Apesar disso, era presença constante em programas de auditório nos anos 1970 e 1980.
A causa de sua morte e as informações sobre o sepultamento não foram divulgadas.