O conselho de ética do Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) decidiu, na terça-feira (22), arquivar o processo que havia aberto em julho para avaliar se a campanha publicitária em celebração aos 70 anos da fabricante de automóveis Volkswagen do Brasil fere condutas do órgão. A informação é do g1.
A campanha, lançada no dia 3 de julho, recriou a imagem da cantora Elis Regina para cantar Como Nossos Pais, canção de Belchior, em dueto com sua filha, Maria Rita. Elis morreu em 1982 e sua imagem foi reconstruída a partir da utilização de Inteligência Artificial (IA).
O órgão considerou, por unanimidade, "improcedente o questionamento de desrespeito à figura da artista, uma vez que o uso da sua imagem foi feito mediante consentimento dos herdeiros e observando que Elis aparece fazendo algo que fazia em vida".
Em relação à necessidade de informar o público sobre o uso da ferramenta deepfake, o Conar alega, em nota, ter considerado recomendações de boas práticas existentes sobre o tema, "bem como a ausência de regulamentação específica em vigor". A partir dessas considerações, a maior parte dos conselheiros votou pelo arquivamento da denúncia.
"A transparência é princípio ético fundamental e, no caso específico, foi respeitada, reputando que o uso da ferramenta estava evidente na peça publicitária", acrescentou ainda o órgão.
Já a Volkswagen, também em nota, afirma ter recebido "com satisfação" a decisão do Conar e defenda que a "propaganda inovadora" simbolizou "a evolução contínua da marca".