A cantora Rita Lee, que morreu na noite de segunda-feira (8), aos 75 anos, concedeu uma marcante entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, em 2017, para falar de seu livro Rita Lee: Uma Autobiografia (2016). Na ocasião, a artista abriu o jogo sobre sua relação com as drogas.
Na conversa, o apresentador Pedro Bial questionou a artista sobre sua opinião sobre o assunto, citando a maconha como o entorpecente que mais fomenta a discussão relacionada à legalização.
— Você vai falar de maconha? Pensei que ia falar de café, Coca-Cola, açúcar, álcool — ironizou Rita, ganhando aplausos do público presente no estúdio do programa.
Em seguida, ela complementou que as bebidas alcoólicas, para ela, são as piores substâncias.
— Sem sombra de dúvidas, (o álcool) é o pior de todos. É difícil de sair, está em todos os lugares. É perigoso, é a droga que faz mal para você e para os outros.
Na sequência, Rita Lee afirmou que a bebida alcoólica foi o entorpecente que mais a prejudicou na vida. Disse ainda que usou todos os tipos de drogas, mas conseguiu sair de todas, e também contou sua experiência com o LSD.
— Foi como encontrar o divino. Você viaja em um grão de areia e esse grão te explica o universo.
Em outro momento, a artista relembrou uma história envolvendo a venda de um colar de LSD no Exterior.
— Precisava de grana para montar a banda e a ideia foi essa. Eu fui pra Nova York com meu primo, pensamos: "Vamos fazer um colarzinho de miçangas com pedrinhas de LSD". Passamos a noite fazendo. Passei na Alfândega com o colar, invisível. Eram centenas. (Depois) vendi uns 50 — contou.
Bial questionou, então, o que aconteceu com o resto das pedrinhas, induzindo que ela teria utilizado as substâncias alucinógenas.
— O resto nem preciso perguntar o que você fez — brincou o apresentador.
Rindo, a artista respondeu:
— Não.
Rita concluiu a conversa sobre o tema dizendo que não se arrepende do que fez.
— Não faço discursinho moralista. Eu acho que as melhores músicas que eu fiz foi alterada, e as piores também.