A cantora e apresentadora Maria Luiza Benitez, 71 anos, foi escolhida como a patrona dos Festejos Farroupilhas de 2023. Nascida em Bagé, ela é mais conhecida como Malu. Além de cantora, é compositora, atriz, mestre de cerimônias, radialista, apresentadora de TV e historiadora.
Consagrada nos festivais do RS, a intérprete é uma das precursoras do Movimento Nativista. Em 2008, recebeu do governo do Estado o troféu Mulher Farroupilha. Dois anos depois, também foi agraciada com a honraria máxima concedida pela Assembleia Legislativa do Estado: a medalha do Mérito Farroupilha.
Malu conversou com a reportagem para compartilhar o sentimento de ter sido escolhida, por unanimidade, como patrona. Escolhida patrona dos Festejos Farroupilhas 2023, artista se divide como apresentadora no rádio, na internet e em shows pelo RS.
GZH – Qual a sensação de ser convidada como patrona dos Festejos Farroupilhas?
Malu – É a primeira vez que fui selecionada. Então, fiquei muito emocionada. Estar no mesmo patamar de Adair de Freitas, patrono do ano passado, ou Liliana Cardoso, do ano retrasado, estar ao lado de Elma Santana, Paixão Côrtes, entre outros nomes do nosso nativismo que já estiveram nesse papel, é emocionante. Me orgulha de estar nesse patamar, ainda mais ser escolhida por unanimidade. Fez bem pro meu coração.
GZH – Qual a sua ligação com os Festejos Farroupilhas, costuma participar?
Malu – Quando não estou por alguma emissora, eu estou no palco cantando ou nos festivais como jurada. Então, sempre acabo participando dos Festejos Farroupilhas. Mesmo com meus 71 anos, ainda me sinto muito bem para lidar com toda essa correria grande, vale muito a pena.
GZH — No dia a dia, como é sua rotina?
Malu – Começo na rádio muito cedo, então às 4h40min já estou na estrada para Porto Alegre. Também tenho um programa online, no streaming ( transmissão ao vivo via internet). Canto no Restaurante Parangolé ( na Cidade Baixa, em Porto Alegre) todas as quartas- feiras. Fora a agenda de shows, que já está cheia até novembro. Nesse período, ainda serei jurada dois festivais de música nativista. Em maio, em Osório e, em novembro, em Encruzilhada do Sul. Uma hora apresentadora, outra jurada e sempre cantora.
GZH — Como pretendes ecoar tua escolha enquanto patrona? Quais tuas expectativas?
Malu — A expectativa é o destaque para as mulheres. Conquistamos nosso espaço, temos mulheres patroas de CTGs, ainda não tantas como deveria, mas já tivemos mulher na presidência do MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho). Não queremos separatismos, queremos nos unir, dar as mãos aos nossos companheiros de nativismo. E esse movimento de nos dar poder de decisão na cultura, dar voz às mulheres, tornar a voz unida aos parceiros nessa jornada enriquece mais ainda o movimento.
GZH — O que achou do tema dos festejos deste ano?
Malu — Me comoveu bastante o tema escolhido. A Revolução de 1923, uma guerra de todo o pago, que uniu o povo. No cinquentenário da revolução, dois gaúchos que estiveram em lados opostos deram as mãos e disseram: "Nós somos o Rio Grande do Sul". Acho que essa é a mensagem, a união. O que está na nossa bandeira, a liberdade, igualdade e fraternidade. Além, claro, do respeito à diversidade.