O músico Oscar Luiz Werneck Pellon, um dos maiores bateristas da MPB popularmente conhecido como Oscar Bolão, morreu nesta quarta-feira (16). Ele havia sido diagnosticado com covid-19 no mês passado, e estava internado no Rio de Janeiro.
Bolão havia completado 68 anos no dia 6 de fevereiro. De acordo com a coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, na data de seu aniversário, o músico foi internado com quadro de infarto e uma infecção. O músico faleceu em decorrência de complicações de covid.
Ele começou na música na década de 1970, no grupo Coisas Nossas. Ao longo de sua carreira, tocou junto de grandes nomes da música nacional, como Ney Matogrosso, Carlos Malta, Elizeth Cardoso, Marlene, Nelson Cavaquinho, Lenine, Nara Leão, entre outros.
Integrou, ainda, as orquestras Sinfônica Brasileira, de Cordas Brasileiras, Brasileira de Sapateado, Pixinguinha e da Banda de Câmara Anacleto de Medeiros.
Em 2001, publicou o livro Batuque É Privilégio, lançado em uma nova edição em 2020. A obra resgata os principais gêneros de música popular desenvolvidos no Rio de Janeiro, como samba, maxixe, choro e marchinha, e desenvolve uma análise aprofundada sobre os ritmos brasileiros.
A morte de Bolão comoveu músicos que, nos últimos dias, pelas redes sociais, manifestaram torcida pela melhora do músico. O corpo de Oscar será cremado no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira.
Confira as homenagens dos artistas ao baterista
"Querido, gente boa, talento e um capítulo gigante da história da música brasileira, na prateleira do ritmo: muito obrigado por tudo, tanto mais pela sua gentileza, Oscar Bolão! Já está fazendo uma falta imensa. Que encontros Mudernos e maravilhosos com você e o Pife pude experimentar", escreveu Pedro Luis.
"Eterno amigo Bolão, brasileiro da maior grandeza! Figuras como o Bolão nos ensinam que a viva se vive agora, sem restrições, sem frescuras. Com o olho no que realmente importa! Vá na paz meu camarada! Fez tua história da forma mais sincera e profunda", publicou Yamandu Costa.
"À toda família do Bolão meus sinceros sentimentos! Um vazio gigantesco que só pode ser preenchido pelas maravilhosas lembranças de uma vida linda , tocando com ele, compartilhando a felicidade de estar em Pequim e ver as mulheres botando a mão na barriga dele pra terem sorte no casamento… um Buda do Batuque, um músico exemplar, pontual e responsável, um profissional dedicado, artista inquieto e ser humano amoroso. Ainda deu tempo dele gravar o álbum novo do Pife Muderno, homenagem ao Gil… ele dizia… "com este show a gente vai tocar pra caramba!!! Vai ser sucesso!!!" A vida nos deu Oscar Bolão de presente pra sempre!" escreveu Carlos Malta.
"Bolão da Humberto de Campos. Das batucadas da Praia do Pinto. Das aulas de Buru, Bituca e Pinduca. Do conjunto Coisas Nossas. Das histórias que contava de seu mestre, Luciano Perrone. Do Sassaricando, do Lamartiníadas (é futurismo, menina…) e outros musicais. De tantos carnavais no Trapiche. Do Rancho Flor do Sereno (gargalhando nas viradas que fazia no maxixe Cigana de Catumby!). De Paquetá, onde fiz essa foto. Da Casa do Choro, onde estivemos juntos a última vez, em dezembro, gravando seu depoimento pra posteridade. Das rodas, do Pife, do chope, das galhofas. Da 'bossa nova que não é samba' (ou é?) e tantas outras tretas, boas histórias e memórias melhores ainda. Que saudade eu já estou sentindo de você!", disse o músico Pedro Paulo Malta.