O Spotify perdeu, em três dias, US$ 2,1 bilhões em valor de mercado (cerca de R$ 11,3 bilhões). O prejuízo veio logo após a retirada das músicas de Neil Young, 76 anos, da plataforma. A exclusão foi um pedido do próprio cantor, que não concordava com os podcasts de cunho negacionista que são disponibilizados pelo serviço.
Segundo informações da revista Variety, as ações do Spotify caíram 6% no período de 26 a 28 de janeiro. Além disso, o valor de mercado da plataforma já estava em queda desde as primeiras semanas deste ano, quando suas ações se desvalorizaram 25%.
Após a polêmica com Young, o Spotify informou que irá lançar medidas de combate a desinformação sobre a covid-19 em sua plataforma. Uma das estratégias será a inclusão de links em todos os podcasts que mencionarem o coronavírus, direcionando os usuários para informações factuais e cientificamente comprovadas.
Uma das principais críticas do músico é referente ao podcast Joe Rogan Experience, um dos mais populares do Spotify e um dos mais ouvidos a nível mundial. No programa, o apresentador Joe Rogan costuma disseminar fake news sobretudo, com referência à vacinação contra a covid-19. Em carta enviada no dia 24 de janeiro para a plataforma e os empresários, o cantor teceu críticas ao comediante responsável pelo podcast. "Quero que vocês informem o Spotify imediatamente hoje que quero todas as minhas músicas fora de sua plataforma … Eles podem ter Rogan ou Young. Não os dois", diz trecho do documento.
A cantora e compositora canadense Joni Mitchell, 78 anos, também aderiu ao protesto e pediu que suas músicas fossem retiradas da plataforma. O anúncio foi feito pela artista na sexta-feira (28). "Sou solidária com Neil Young e com as comunidades científicas e médicas globais nesta questão", escreveu.