A matilha vai voltar. Ao menos por uma noite. Após quase três anos separados, a Cachorro Grande irá se reunir para apresentação única no Auditório Araújo Vianna, no dia 26 de março de 2022, para celebrar o aniversário de 250 anos de Porto Alegre. Os ingressos começam a ser vendidos no site da Sympla a partir desta segunda-feira (22).
Em uma hora e 45 minutos, o grupo deverá repassar todos os seus hits, que integram o último disco ao vivo, Clássicos (2018). O público irá ouvir Sinceramente, Lunático, Sexperienced, Que Loucura, entre outras músicas que marcaram a trajetória da Cachorro Grande. Também estão previstas mais sete ou oito músicas que não entraram no álbum.
Oficialmente, a banda encerrou as atividades em 13 de julho de 2019, quando realizou seu show de despedida no Opinião. Em outubro do mesmo ano, o grupo precisou se apresentar na Fenachamp, em Garibaldi, para cumprir contrato. Menos de dois meses depois, em noite de Beto Bruno e Marcelo Gross dividindo o palco do Opinião, houve uma jam relembrando clássicos da banda. Os integrantes da matilha, desde então, seguiram em projetos solos.
A Cachorro Grande terá sua formação clássica na reunião: Beto Bruno (vocal), Marcelo Gross (guitarra), Rodolfo Krieger (baixo), Pedro Pelotas (teclado) e Gabriel “Boizinho” Azambuja (bateria). Na apresentação derradeira de 2019, Rodolfo e Boizinho não estavam presentes.
A iniciativa de reunir a banda partiu da Opinião Produtora. Beto conta que o convite o pegou de surpresa. Ele conversou com o resto da banda e todos se empolgaram, incluindo Rodolfo, que hoje vive em Portugal.
— Queriam muito uma reunião da banda, que no último século representou bem a cidade. A Cachorro nasceu e cresceu em Porto Alegre — relata Beto. — Ficamos orgulhosos de terem nos chamando, temos uma história linda com a cidade e com o Opinião. Então topamos, até porque seria só um show (risos).
Gross destaca que a reunião será bonita e significativa, até porque trará alegria para os fãs da banda:
— Como é somente uma apresentação, estou animado, vai ser bom sentir aquela velha sensação. Não sou muito de remexer no passado, porém nessa circunstância acho que vai ser divertido.
Beto frisa que não há intenção de a banda seguir se apresentando. Ele ressalta que cada um está trabalhando em seus projetos solos, além de retomar as turnês — o vocalista e Gross lançaram discos na metade do ano: O Escudo do Arcanjo Miguel e Tempo Louco, respectivamente.
Quando a Cachorro Grande terminou, houve um afastamento pesado e doloroso, como recorda Beto. Contudo, poucos meses depois, a saudade bateu. Algumas feridas cicatrizaram.
— Criamos um grupo de WhatsApp. Enquanto a banda existia, nunca pensamos em fazer isso (risos). De lá para cá, temos sido melhores amigos. Passamos os últimos 20 anos juntos, quase metade da minha vida. Foram a minha família — diz Beto.
Os integrantes do grupo passaram a manter conversas para se reunirem em alguma ocasião especial — poderia ser turnê ou show único. Até então, tudo não passava de uma ideia distante. Porém, o aniversário de 250 anos da Capital é um motivo e tanto para a matilha.
A Cachorro Grande foi formada em 1999 em Porto Alegre. Um ano antes, Beto se mudou de Passo Fundo para a Capital. Seu sonho era ter uma banda e viver em meio àquela cena efervescente da época.
— Sonhava desde pequeno em morar na Capital. Porto Alegre, para mim, é um sonho. Depois que cheguei à cidade, todos os meus sonhos se realizaram. Esperava uma coisa, fui recebendo algo muito melhor. Conheci as pessoas mais importantes da minha vida — comemora Beto, que hoje vive em São Paulo por conta do trabalho.
Gross também morava em São Paulo, mas voltou a viver em Porto Alegre por conta da pandemia. Nesse período, tem se reconectado com lugares clássicos da cidade. Ele sublinha que a Capital gaúcha sempre foi uma fonte inesgotável de inspiração para escrever as canções da banda.
— Para a Cachorro Grande, Porto Alegre foi o berço e o lugar onde a banda nasceu e se desenvolveu musicalmente. Acho apropriado a gente fazer essa homenagem no aniversário da cidade, em agradecimento a tudo que ela nos proporcionou.
Beto complementa:
— Pensa bem: Porto Alegre, terra de bandas de rock, tanto da nova quanto da antiga geração. A Cachorro Grande já acabou. Os caras nos chamarem é muita moral. Nos chamarem para representar a cidade no dia do aniversário e justo no Araújo. Guri do Interior que se apresentava nos barzinhos tocando no Araújo, na Capital. É uma consagração. É um presente que estão dando para nós.
Cachorro Grande
Onde: Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685)
Quando: 26 de março de 2022, sábado, a partir das 21h
Abertura da casa: 19h
Classificação: 16 anos
Ingressos: no primeiro lote, de R$ 50 a R$ 250 pelo site da Sympla