Uma nova reviravolta sobre o caso do cantor de R&B R. Kelly, acusado de crimes sexuais nos Estados Unidos, aconteceu nesta semana. Conforme o The New York Times, uma das mulheres que defenderam o artista em 2019 revelou, em depoimento ao tribunal de Brooklyn, que ele estava controlando suas respostas durante entrevista à CBS. Segundo ela, R. Kelly estava estava presente no local e tossia durante as gravações para garantir que ela soubesse que estava ali e ficasse atenta ao que dizia.
A identidade da vítima, que conheceu o artista aos 18 anos e hoje tem 23, foi preservada. Ao tribunal, ela também explicou que R. Kelly prometeu promover sua carreira musical quando começassem a namorar, mas nunca cumpriu a promessa. Certa vez, quando ela quebrou uma das "regras" do cantor, ele a obrigou a ter relações sexuais com um homem cujo apelido era Nephew (sobrinho, em português). Em diversas outras ocasiões, Kelly a instruiu a fazer sexo com ele, mesmo contra vontade.
A mulher afirmou ter mantido contato com o cantor por cerca de cinco anos. Eles continuaram juntos mesmo enquanto sua conduta sexual começava a ser questionada durante o auge do movimento #MeToo, bem como quando um documentário da Lifetime sobre as acusações foi lançado. Kelly teria instruído ela e outras mulheres e meninas que moravam com ele a “mudar imediatamente de canal” se o documentário fosse à televisão.
Kelly responde por acusações de abuso entre os anos de 1994 a 2018. Entre estas, estão incluídas suspeitas de pornografia infantil, sexo com menores de idade, exploração de um culto sexual e agressão sexual. Ele foi preso em 2019, e agora a Justiça ouve as vítimas. Até o momento, duas mulheres prestaram depoimento.
O cantor já se declarou culpado de nove acusações, as quais descrevem abusos de seis pessoas, entre elas a cantora Aaliyah, morta em 2001.