R. Kelly, estrela da música R&B americana, foi preso nesta quinta-feira (11), suspeito de manter relações sexuais com cinco adolescentes e de gravar vídeos durante esses atos.
O artista também teria intimidado as vítimas e ocultado evidências em um julgamento de 2008 por pornografia infantil, do qual saiu absolvido.
As últimas investigações contra Kelly, conhecido por sucessos como I Believe I Can Fly, incluem receber e produzir pornografia infantil, incitar menores de idade a uma atividade sexual criminosa e obstruir a justiça.
Além disso, segundo a Justiça Federal, em processo aberto na quinta-feira em Nova York, ele teria recrutado mulheres e crianças com fins sexuais. Na mesma noite, o músico foi detido em Chicago por agentes enquanto passeava com seu cachorro.
Segundo o advogado do cantor, Steve Greenberg, os crimes imputados a Kelly "parecem ser os mesmos" que os apresentados pela Justiça de Illinois e as acusações das quais foi absolvido.
Os processos envolvem também dois ex-empregados de Kelly, Derrel McDavid e Milton Brown.
A denúncia
Conforme documentos judiciais, Kelly conheceu as cinco vítimas na década de 1990 e manteve relações sexuais com elas quando tinham menos de 18 anos. Com quatro delas, gravou vídeos explícitos dessas relações.
Kelly se encontrava em liberdade sob fiança por outras acusações de agressão sexual agravada apresentadas pela promotoria do estado de Illinois.
De acordo com a denúncia, Kelly e McDavid pagaram centenas de milhares de dólares em 2001 a uma pessoa conhecida, que não foi identificada, para reunir e ocultar os vídeos.
Quando esse terceiro disse que exporia publicamente os vídeos, Kelly, McDavid e outros supostamente teriam pago 170 mil dólares para que não o fizesse.
Histórico
Kelly, de 52 anos, foi acusado durante as duas últimas décadas de diferentes casos de conduta sexual inapropriada, especialmente com crianças e adolescentes.
Apesar dos processos — que incluíram um julgamento por posse de pornografia infantil no qual foi absolvido —, Kelly conseguiu manter durante todos estes anos um público sólido e estável e uma carreira ativa sobre os palcos.
A sorte do músico começou a mudar depois da estreia, em janeiro deste ano, de um documentário televisivo de seis capítulos intitulado Surviving R. Kelly (Sobrevivendo a R. Kelly, em tradução livre), que alegava que o cantor abusou de forma mental, física e sexual de meninas e mulheres, e que motivou a promotoria de Chicago a tentar identificar as possíveis vítimas.
Cada uma das acusações pode resultar em penas entre seis e 30 anos de prisão.
Em uma entrevista em março, o cantor negou as acusações:
— Não fiz este tipo de coisa. Este não sou eu — declarou ao canal CBS News.
* AFP