O verão começa oficialmente só no dia 22 de dezembro, mas uma canção já está despontando como a favorita da estação. Lançada em agosto, Menina Solta é um dos sucessos de Giulia Be, carioca de 20 anos, que entrou para a lista de 10 músicas mais tocadas do Brasil nesta semana, segundo o Spotify.
Com um clima praiano, Menina Solta narra a história de uma jovem, livre de amarras, que não pretende se entregar aos encantos de um rapaz de Ipanema. O ritmo ainda é marcado por um coro que, segundo Giulia Be, tornou-se uma espécie de marca registrada dela.
— O coro traz o astral que eu preciso sentir nas minhas músicas. Ela foi escrita na praia, no sol, com amigos e isso acaba juntando com a energia do verão brasileiro, funciona mesmo — acredita a cantora, em entrevista a GaúchaZH.
Nos últimos dias, Menina Solta também entrou nas listas “As 50 Mais Tocadas em Portugal”, “As 50 Virais de Portugal” (na primeira posição) e “As 50 Virais do Mundo”. Ela acredita que a mensagem da faixa, que fala sobre uma jovem com liberdade de escolha, foi uma coincidência com as concepções do movimento feminino:
— Eu escrevi pra contar uma história, e só depois de ver a reação e energia, vindo das meninas que a cantavam, eu entendi que ser uma "menina solta" era muito mais do que aquela história. Hoje, eu levo esse título com orgulho, e fico muito feliz de ver muitas meninas fazendo o mesmo!
Início
Um encontro com James Valentine e Adam Levine, do Maroon 5, no Rock in Rio em 2017, foi o que impulsionou Giulia Be para o mercado musical. Após cantar com James nos bastidores do evento e ser elogiada pelo músico, ela decidiu apostar suas fichas em covers no YouTube. O primeiro deles foi Deixe-me ir, do 1Kilo, até começar a postar suas primeiras canções autorais.
O trabalho em seu canal de vídeos deu tão certo que chamou atenção das gravadoras. Já agenciada, uma de suas primeiras composições, Too Bad, conseguiu entrar na trilha sonora de O Sétimo Guardião (Globo). Cantado em inglês, o hit entrou na lista “As 50 Virais do Mundo” do Spotify logo após seu lançamento, em fevereiro deste ano. A partir disso, sua carreira foi tomando grandes proporções.
— Eu cresci tanto desde fevereiro... Parece que vivi três anos em um ano só! Quando eu escrevi, eu me encontrava num processo de cura interna depois de um relacionamento conturbado e ela veio da melhor maneira, eventualmente solidificando mais ainda a importância dela na minha vida — conta Giulia Be, que deseja focar mais em letras em português.
Sobre cantar em outros idiomas, a artista costuma brincar que “respeita” suas composições.
— Tem vezes que eu quero escrever em inglês e só sai em português, e vice-versa. Cada uma se cria de uma maneira diferente e hoje em dia o gosto se encontra no desenvolvimento dessas ideias. Desde que a música esteja sendo lançada por uma boa razão, eu fico feliz.
Inspirações
O pop nacional tem representantes com diferentes tipos de preocupações, desde o ritmo dançante de Anitta até a melancolia de Jão. Integrante deste movimento, Giulia Be acredita que a beleza do estilo é que ele consegue ser acolhedor. Mesmo que, em alguns casos, os artistas se limitem para agradar a imagem que as pessoas têm dele.
— Isso vem acontecendo por conta dos espaços e da comunicação que se abriu entre o público e o artista, onde cada vez mais se parece possível e flexível mudar de ideia, de cabelo, de estilo — explica. — Não gosto de me limitar em termos de estilo, mas definitivamente tenho uma “veia” inerente a mim.
E este estilo próprio, segundo ela, aproxima-se cada vez mais de artistas que mostram vulnerabilidade:
— Nunca é fácil pôr e expor sentimentos assim em uma canção, mas é a verdade, e no fim do dia isso é o que importa!
Entre seus ídolos e inspirações, estão Ed Sheeran e Post Malone, artistas que ela conheceu em bastidores no Brasil.
— No caso do Ed, não consegui nem falar nada! Ele é uma das razões que eu faço música, e seria uma honra pra mim um dia poder conhecê-lo mesmo. Falando, é claro! (risos) Ainda quero conhecer e poder colaborar com vários, se Deus permitir.
Para o futuro, mesmo com duas faixas que estouraram em menos de um ano, Giulia não cria muitos planos. Sonha alto, mas é realista e trabalha com metas.
— Todo ano que passa eu quero poder pegar algo que era sonho, transformar em meta, que, eventualmente, transformarei em memória — diz a artista.
Diante disso, o que esperar dela nos próximos cinco anos?
— Até os 25, eu quero ter lançado um álbum, pelo menos (risos). E mais do que tudo, ter liberdade criativa total sem peso nas costas — finaliza ela, uma verdadeira menina solta.
A artista tem show agendado neste sábado (7) no Rio Grande do Sul. A apresentação ocorre a partir das 23h30min, no Sprits, que fica localizado na Rua Marechal Deodoro, número 359, em Lajeado. As entradas custam entre R$ 27,50 (pista) e R$ 60,50 (camarote) e estão disponíveis pelo site Minha Entrada. Mais informações pelo Facebook.