Há 25 anos Porto Alegre começou a ficar mais perto de New Orleans. Foi quando o pianista Luciano Leães estreou como músico, no Teatro de Arena (Avenida Borges de Medeiros, 835), em uma banda formada com parentes e amigos só pela diversão. Nesta quinta-feira (15), para comemorar a carreira consolidada dentro e fora do Brasil, o pianista volta ao lugar onde tudo começou para celebrar a data, a partir das 20h.
Os ingressos para o show de Luciano Leães & The Big Chiefs no Teatro de Arena já estão esgotados, mas a banda volta a se apresentar no próximo dia 29 no bar Sgt. Peppers (Rua Quintino Bocaiúva, 256), quando comemoram 11 anos de atuação juntos – bilheteria aberta em sympla.com.br.
Filho de um médico e de uma bibliotecária, Leães começou a tocar piano na casa da avó paterna, aos seis anos. Além de encontrar o instrumento nas visitas à vó Odila, cruzava com o tio Laquito Leães, que tocava de ouvido e estimulava o garoto a dividir o teclado com ele. Mas foi na adolescência que descobriu o blues e o jazz.
– Eu tocava muito em casa. Ouvia rock em vinil e cassete. Meu pai curtia blues, mas eu ainda não ouvia blues puro. Até que um dia comecei a ouvir Chuck Berry e a imitar os pianos dos discos dele. E comprei um CD do Johnnie Johnson, pianista do Chuck Berry. Foi quando pirei de vez na música, com 12 ou 13 anos – lembra Leães.
Em 1994, aos 17, formou a Big Bang, com primos e amigos, tomando o primeiro show da banda, no Teatro de Arena, como marco inicial de sua carreira. Alguns anos depois, começou a acompanhar o guitarrista Fernando Noronha e, a convite do professor Francisco Marshall, passou a tocar repertório de blues no Studio Clio. Com a demanda de shows no Clio, Leães foi formatando sua própria banda, a The Big Chiefs – o nome é uma homenagem ao pianista Professor Longhair (1918-1980), cuja faixa Big Chief era uma das mais conhecidas de seu repertório.
Desde 2014, Leães viaja todos os anos para New Orleans, onde toca com músicos da tarimbada cena local em shows e jams. Nos próximos meses, deve lançar um single gravado com instrumentistas de lá, entre eles o baterista Lionel Batiste Jr. e o trombonista Peanut.
– Já ouvi de instrumentistas de New Orleans, que me inspiraram a tocar blues, que eles ficam felizes por eu estar ajudando a levar a tradição deles adiante. A música não depende de onde você nasceu, da localização geográfica. O blues, por exemplo, é mais africano do que americano, assim como o samba. A raiz veio de lá – avalia Leães.
Com um disco já lançado, The Power of Love (2014), Leães circula com sua música por festivais e shows próprios, tocando repertório autoral e temas conhecidos de New Orleans. Os próximos passos de sua carreira, segundo ele, passam pela aproximação com mais músicos da Capital:
– A inquietação agora é misturar os elementos musicais de fora, que cresci ouvindo, com a cena local.
Luciano Leães & The Big Chiefs
Nesta quinta-feira
Às 20h, no Teatro de Arena (Avenida Borges de Medeiros, 835), em Porto Alegre.
Ingressos esgotados.
29 de agosto
Às 21h, no Sgt. Peppers (Rua Quintino Bocaiúva, 256), em Porto Alegre.
Ingressos a R$ 30 (primeiro lote), à venda em sympla.com.br.