Uma das bandas gaúchas de maior prestígio nacional, a Dingo Bells tem passado seu tempo circulando pelo país. Com dois integrantes morando em Porto Alegre e dois em São Paulo, os shows na capital gaúcha são pouco frequentes. Por isso, quando ocorrem, o público comparece: em março, lotou o Agulha em três dias; em julho do ano passado, encheu o Opinião. É para lá que o grupo retorna neste sábado com o show de lançamento do vinil Todo Mundo Vai Mudar.
Para corresponder a esse interesse, a banda promete um show diferente, ainda que o repertório não tenha mudado. Em uma hora e 30 minutos, deve tocar quase todas as músicas de seus dois discos. A novidade fica por conta da nova cenografia, um naipe de metais – Julio Rizzo (trombone), Gustavo Muller (sax tenor) e Renato Dall Ago (trompete) – e um convidado bastante especial: Vitor Ramil. Além da convivência no circuito musical, o baixista Felipe Kautz confirma que o compositor é uma influência para o grupo:
– O Vitor conseguiu definir a mentalidade do artista e da música do Sul. Ao mesmo tempo, modernizou muitas questões, abriu a porteira mundo afora, que é algo que a gente se propõe a fazer: pegar o que temos aqui e misturar com sons do Brasil e de fora.
Segundo Felipe, o repertório da Dingo Bells se divide em “músicas para dançar e cantar” e “músicas para chorar abraçado”. É no segundo grupo que se ligam a Ramil:
– Exploramos climas mais melancólicos que se aproximam da estética do frio do Vitor, como na música Anéis de Saturno.
Quarteto
A Dingo Bells começou quando Rodrigo Fischmann (voz e bateria), Felipe Kautz (baixo e voz) e Diogo Brochmann (guitarra e voz), hoje com 31 anos, ainda estavam na escola. Estouraram com o primeiro disco, Maravilhas da Vida Moderna, em 2015. No ano passado, veio o segundo, Todo Mundo Vai Mudar, agora relançado como vinil. De um trabalho para outro, a presença do rock psicodélico foi diluída, e o grupo ficou mais pop e agregou mais influências da música popular brasileira, do hip hop e do neo-soul. Além disso, a banda ganhou um novo membro, o guitarrista e arranjador Fabricio Gambogi.
Felipe adianta que o grupo tem gravado novas músicas com diferentes produtores, mas elas não devem aparecer no show deste sábado no Opinião.
> Sábado, às 21h, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834). Ingressos a R$ 65 (promocional, terceiro lote) e R$ 120 (inteira) nas lojas Multisom e Verse e no site sympla.com.br.